DOENÇAS-ALVO DO PAV

 

Como vimos inicialmente, o PAV desde o seu lançamento tem registado melhorias que se reflectem na redução da incidência das doenças-alvo e que, portanto, nos últimos anos, o MISAU tem vindo a introduzir novas vacinas, o que consequentemente aumenta a lista das doenças-alvosdo PAV1.

As doenças-alvo do PAV são as que se podem evitar com a aplicação de vacinas específicas incluídas no Programa. Uma vez que cada país tem a sua política em relação às vacinas a serem usadas nos seus respectivos programas, as doenças-alvo do PAV devem ser bem definidas de modo a facilitar a sua detecção e seguimento a todos os níveis, através do sistema da vigilância epidemiológica1.

A seguir são apresentados aspectos mais relevantes das doenças-alvo do PAV:


 

Sarampo

Caracterização

O sarampo é uma doença altamente infecciosa causada por um vírus. A doença é frequente em algumas populações e mais ocorre em proporções epidémicas. O sarampo epidêmico é particularmente comum em condições de super-povoamento e pobreza, onde elevado número de pessoas não imunizadas vivem em contacto muito próximo. O sarampo é uma doença de notificação obrigatória, e é a mais letal nas crianças dentre as doenças preveníveis pela vacinação6.

Definição de Caso

Presença ou história de rash cutâneo generalizado, febre e qualquer um dos seguintes sinais: constipação, corrimento nasal ou vermelhidão nos olhos.

Epidemiologia

A epidemiologia do sarampo é dinâmica, mudando com o tempo à medida que os serviços de vacinação alteram o “pool” de indivíduos susceptíveis (OMS, 1996). As epidemias continuam a ocorrer mesmo quando as coberturas vacinais se situam acima dos 90%. Contudo, elas são de muito pequena magnitude e são separadas por intervalos muito longos.

Isto se deve ao acúmulo de indivíduos susceptíveis (os indivíduos não vacinados e os que falham em fazer a seroconversão) associado ao facto do sarampo ser uma doença altamente infecciosa. Em condições de alta densidade populacional, é muito provável que o sarampo ocorra ao longo de todo o ano, às vezes com picos sazonais. Em áreas de pouca densidade populacional, a cada dois ou três anos. Nos casos em que um grande “pool” populacional de crianças é susceptível, um único caso de sarampo pode provocar epidemias.

 


 

As pessoas que se recuperam do sarampo são imunes por toda a vida, e crianças que nascem de mães que tiveram sarampo, geralmente são imunes por 6 a 8 meses. A vacinação é a intervenção mais efectiva que existe em saúde pública, para proteger uma criança contra o Sarampo.

Prevenir o sarampo através da imunização terá influências profundas na morbidade e mortalidade pela doença e trará outros benefícios através da prevenção de outras conndições tais como a desidratação, infecções respiratórias, cegueira, malnutrição severa e deficiência de Vitamina A.

O vírus do sarampo é transmitido através de gotículas respiratórias libertadas por pessoas infectadas ao tossir ou espirrar. Os casos são infecciosos um a três dias antes do aparecimento do rash cutâneo até 7 dias depois.

O período de incubação vai de 7 a 18 dias. A doença propaga-se rapidamente nos locais onde as crianças e adolescentes se juntam, tais como, hospitais, casas, escolas, mercados, centros de refugiados e locais de convívio.

Crianças entre os 9 e 12 meses, não vacinadas, têm uma grande probabilidade de serem infectadas pelo vírus do sarampo1.

 

ATENÇÃO

O sarampo severo é também muito provável de ocorrer nos seguintes casos:

-        Crianças malnutridas, especialmente aquelas com deficiência de Vitamina A.

-   Crianças vivendo em ambiente superlotados.

-   Crianças com fraco sistema imune devido, por exemplo, ao HIV/SIDA.

 


 

Quadro Clinico

A erupção característica que é acompanhada de inflamação da mucosa ocorre no momento em que a imunidade para o vírus se desenvolve. A febre, constipação e diarréia precedem a erupção. Pode haver uma erupção na boca que se apresenta como “manchas de koplik ”.

A erupção cutânea usualmente aparece primeiro por detrás das orelhas e se espalha pela face e parte superior do tronco e depois se estende para o resto do corpo. A erupção é macular ou mais frequentemente maculo-papular e de cor mais escura do que a pele normal6

 

As seguintes complicações podem ocorrer especialmente em crianças menores de 5 anos:

-        Infecções respiratórias agudas, principalmente pneumonia, que é a doenças mais comum associada à mortalidade por sarampo;

-        Infecções do ouvido (otites);

-        Diarreia;

-        Lesões da córnea (Keratomalácia) que podem provocar cegueira;

-        Encefalite, entre outras complicações.

Tratamento

Uma vez que se trata de infecção viral, não existe tratamento específico. No entanto, o tratamento sintomático é importante e deve ser feito em casa nos casos ligeiros. O tratamento caseiro deve incluir:

-        Tratamento da febre (anti-térmico, arrefecimento corporal), alimentação e cuidados oculares (limpeza com água morna, sem usar medicamentos tradicionais);

-        Reconhecimento dos sinais de complicação, especialmente dispnéia, desidratação e convulsões, os quais requerem que o paciente seja referido, com urgência, para a unidade sanitária mais próxima.


 

Cuidados na unidade sanitária incluem:

-        Vitamina A, (100.000 unidades para crianças entre os 6 e 12 meses e 200.000 unidades

-        para maiores de 1 ano) a todos os casos e uma segunda dose no dia seguinte.

-        Se houver xeroftalmia ou keratomalácia, dar uma terceira dose uma semana mais tarde

-        Tratamento com antibióticos para as infecções (pneumonia, otites, etc.).

-        Tratamento da desidratação com SRO ou líquidos intravenosos.

-        Alimentação extra se houver perda de peso.

ATENÇÃO

Não existe tratamento específico para o sarampo, mas a vitamina A, dada em dois dias consecutivos, reduz drasticamente a taxa de letalidade por sarampo.

A vacina contra o Sarampo dada aos 9 meses, protege 85% das crianças vacinadas. Se crianças menores de 9 meses forem vacinadas em resposta a surtos epidêmicos, elas devem ser revacinadas aos 9 meses, pois algumas podem não estar protegidas1

 

Em suma, principais sinais compreendem Tosse; Coriza; Conjuntivite; Dor de cabeça; Febre alta, acima de 38,5°C; Manchas vermelhas, que surgem primeiro no rosto e atrás das orelhas, e, em seguida, se espalham pelo corpo; Manchas brancas que aparecem na mucosa bucal conhecida como sinal de koplik, que antecede 1 a 2 dias antes do aparecimento das manchas vermelhas.


 

ATENÇÃO

É importante a sensibilidade dos profissionais de saúde em detectar oportunamente um caso suspeito de sarampo, bem como executar todas as acções de controle relacionado com o caso. A população deve ser mobilizada pelo pessoal de saúde de maneira a manter-se alerta para os sinais e sintomas típicos das doenças e procurar imediatamente o serviço de saúde.

 

A seguir. são apresentados os sinais e sintomas do Sarampo de acordo com os três períodos de manifestação da doença.

PERÍODO DE INFECÇÃO

 

Dura cerca de sete dias, onde surge a febre, acompanhada de tosse seca, coriza, conjuntivite e fotofobia. Do 2° ao 4° dia desse período, surgem as manchas vermelhas, quando se acentuam os sintomas iniciais. O paciente apresenta estado de prostração e lesões características de sarampo: irritação na pele com manchas vermelhas, iniciando atrás da orelha (região retro-auricular)6.

PERÍODO DE

REMISSÃO

Remissão é o termo utilizado em medicina para designar a fase da doença em que não há sinais de actividade dela, mas não é possível concluir como cura. O termo é utilizado principalmente em relação ao câncro, doenças auto-imunes e infectologia, onde a ausência de sinais da doença não significa cura completa e tem risco de recidiva tardia.

Caracteriza-se pela diminuição dos sintomas, com declínio da febre. A erupção na pele torna-se escurecida e, em alguns casos, surge descamação fina, lembrando farinha, daí o nome de furfurácea6.

PERÍODO TOXÊMICO

 

Relativo a toxemia; é a intoxicação resultante do excesso de toxinas (vide toxina)

O sarampo é uma doença que compromete a resistência do hospedeiro, facilitando a ocorrência de super-infecção viral ou bacteriana. Por isso, são frequentes as complicações, principalmente nas crianças até aos dois anos de idade, em especial as desnutridas e adultos jovens.

 

A ocorrência de febre, por mais de três dias, após o aparecimento das erupções na pele, é um sinal de alerta, podendo indicar o aparecimento de complicações, sendo as mais simples: infecções respiratórias; otites; doenças diarréicas e neurológicas.

Fonte 1: Adaptado de http://portalms.saude.gov.br/saude-de-a-z/sarampo (Portal Saude, 2018)

 Poliomielite

Caracterização

É uma infecção viral aguda que se propaga pela via fecal-oral. Consequentemente, a transmissão é mais alta em áreas de pobre saneamento e água contaminada. A paralisia flácida aguda (PFA) que é a condição clínica para se suspeitar da poliomielite, é uma doença notificável.

Definição de Caso- Suspeita de PFA

Qualquer caso de início súbito de paralisia flácida de um ou mais membros em crianças menores de 15 anos de idade.

Epidemiologia

O vírus propaga-se pela via fecal-oral. Quase todas as crianças que vivem numa casa onde alguém esteja infectado pelo vírus, serão infectadas. As pessoas infectadas são muito susceptíveis de propagar o vírus 7 a 10 dias depois de manifestarem os primeiros sintomas da doença. Pessoas infectadas assintomáticas também podem propagar a infecção.

Durante uma epidemia, somente uma pequena proporção de indivíduos manifesta a doença. No entanto, embora este seja o caso, a incapacidade severa (a qual é prevenível) torna a pólio numa doença muito séria. É a causa mais importante de incapacidade física em crianças. A poliomielite é causada por uma das três estirpes de poliovírus (1, 2 ou 3), e tem um período de incubação até ao início da paralisia de 2 – 3 semanas.

 


 

Às vezes, há envolvimento dos músculos respiratórios (nestes casos, o doente pode morrer por dificuldades de respirar) e da deglutição. É possível haver recuperação completa espontânea, mas mais frequentemente ocorre paralisia residual, a qual se não for bem tratada com fisioterapia, pode levar à deformidade marcada do(s) membro(s) e incapacidade física2.

Quadro Clínico

-        A poliomielite pode causar paralisia e até mesmo a morte, mas a maioria das pessoas infectadas não fica doente e não manifesta sintomas, deixando a doença passar despercebida.

-        A maior parte dos casos apresenta o tipo não-paralítico da doença, em que a pessoa não manifesta nenhum sintoma. Quando os sintomas surgem são brandos, e podem ser facilmente confundidos com uma gripe.

Os sinais e sintomas, que costumam durar de um a dez dias, são:

-        Febre

-        Dor de garganta e de cabeça

-        Vômitos

-        Mal-estar

-        Dor nas costas ou rigidez muscular (principalmente nos membros inferiores)

-        Meningite.

Em casos mais graves, a infecção pelo poliovírus leva à poliomielite paralítica. Alguns dos sinais são os mesmos da poliomielite não-paralítica, como febre, dor de cabeça e vômito. Entretanto, ela evolui para fortes dores musculares e flacidez nos membros, muitas vezes pior num dos lados do corpo e com maior incidência nos membros inferiores.

 

Causas e Sequelas

A falta de saneamento, as más condições habitacionais e a higiene pessoal precária constituem factores que favorecem a transmissão do poliovírus.

As sequelas da poliomielite estão relacionadas com a infecção da medula e do cérebro pelo poliovírus, que normalmente correspondem a sequelas motoras e não tem cura. Assim, as principais sequelas da poliomielite são apresentadas no quadro seguinte1.

Às vezes há envolvimento dos músculos respiratórios (nestes casos o doente pode morrer por dificuldades de respirar) e da deglutição. No entanto, é possível haver recuperação completa espontânea, mas mais frequentemente ocorre paralisia residual, a qual se não for bem tratada com fisioterapia, pode levar à deformidade marcada do(s) membro(s) e na capacidade física.

Contudo, as principais sequelas resumem-se em:

-        Pé torto, conhecido como pé equino, em que a pessoa não consegue andar porque o calcanhar não encosta no chão;

-        Crescimento diferente das pernas, o que faz com que a pessoa manque e incline-se para um lado, causando escoliose;

-        Osteoporose;

-        Paralisia de uma das pernas;

-        Problemas e dores nas articulações;

-        Paralisia dos músculos da fala e da deglutição, o que provoca acúmulo de secreções na boca e na garganta;

-        Dificuldade de falar;

-        Atrofia muscular;

-        Hipersensibilidade ao toque.

As sequelas da poliomielite são tratadas através de fisioterapia, por meio da realização de exercícios que ajudam a desenvolver a força dos músculos afectados, além de ajudar na postura, melhorando assim a qualidade de vida e diminuindo os efeitos das sequelas. Além disso, pode ser indicado o uso de medicamentos para aliviar as dores musculares e das articulações.

 

Tratamento

Não existe tratamento específico, todas as vítimas de contágio devem ser hospitalizadas, recebendo tratamento dos sintomas, de acordo com o quadro clínico do paciente.

 


 

Prevenção

-        A vacinação é a única forma de prevenção específica da Poliomielite. Todas as crianças-alvo do PAV devem ser vacinadas conforme esquema de vacinação de rotina e na campanha nacional.

-        Actualmente aplica-se uma dose injetável IPV no quarto mês de idade e de reforço com a vacina oral VOP (gotinhas) à nascença, no segundo, terceiro e quarto mês de idade.

-        A mudança está de acordo com a orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e faz parte do processo de erradicação mundial da pólio.

 

LEMBRA-SE

Apesar de a vacinação ser a forma mais eficaz para prevenção da poliomielite, medidas direccionadas ao meio ambiente, como o saneamento básico devem ser tomadas com o propósito de modificar as más condições higiénico-sanitárias e consequentemente, conter a transmissão do poliovírus.

 

          Em suma, as vacinas, tanto orais (Sabin: vírus atenuado) quanto injectáveis (Salk: vírus inactivado) são as principais formas de evitar a pólio. Outras medidas, como a lavagem correcta das mão com água, sabão ou cinza, após o uso da casa de banho ou trocar fraldas e antes de comer ou preparar alimentos; ingerir somente água tratada e tratamento dos doentes, além de medidas de saneamento básico, são necessárias não só para evitar esta, mas uma gama de doenças de transmissão fecal-oral. 


 

Tétano Neonatal

Caracterização

O tétano é uma doença neurológica aguda causada pela exotoxina (toxina) do bacilo do tétano (Clostridium tetani), o qual cresce em tecidos mortos na ausência de oxigênio, como por exemplo, em feridas profundas e sujas, ou no coto do cordão umbilical do bebé.

O bacilo forma esporos que podem sobreviver no ambiente, particularmente na superfície de metais enferrujados. A toxina que produz, intoxica os nervos que controlam os músculos e causa rigidez3.

Os recém-nascidos podem sofrer de tétano neonatal (TNN), que ocorre via cordão umbilical se o parto ou cuidados pós-parto não tiverem sido assépticos (limpos). A infecção ocorre como resultado do uso de instrumentos contaminados. Qualquer pessoa pode apanhar tétano. O tétano neonatal é uma doença notificável.

Definição de caso

Doença caracterizada por início entre o 3º e o 28º dia de idade e história de incapacidade de sugar, seguida de rigidez e ou espasmo muscular, e frequentemente, morte3.

 

Epidemiologia

O reservatório do bacilo é o meio ambiente em locais com poeira e lixo. É uma doença comum com uma taxa de letalidade muito alta3. Os que trabalham nas machambas, recém-nascidos ou qualquer pessoa com ferida suja tem um risco maior de contrair a doença. Está também associada à convivência com animais, falta de vacinação ou vacinação incompleta e aplicação de remédios tradicionais como cinzas ou outros que possam veicular o agente.

A magnitude do tétano neonatal não é conhecida porque muitas das mortes ocorrem em casa e são poucas vezes reportadas pela comunidade2.

 

A magnitude do tétano neonatal não é conhecida porque muitas das mortes ocorrem em casa e são, poucas vezes, reportadas pela comunidade.

A seguir são listados alguns aspectos que condicionam o tétano neonatal nas comunidades:

-        Uso de instrumentos sujos ou contaminados para o corte do cordão umbilical;

-        Uso de fezes de animais ou cinza para esfregar no cordão umbilical, ou ainda contacto deste, com outros materiais contaminados

-        Má higiene de quem assiste o parto, associada ao mau uso de EPI;

-        Uso de lâminas, carvão, bamb para cortes na pele durante a prática de certos rituais;

-        Uso de substâncias desconhecidas para esfregar na ferida.

-        A doença é caracterizada por espasmo doloroso e involuntário dos músculos voluntários.

O recém-nascido nasce normal, mas para de sugar 3 a 10 dias mais tarde. O bebé fica irritável e chora muito. Em seguida, ocorre rigidez generalizada, convulsões e espasmos musculares severos por estímulos como tocar na criança, barulho ou luz. A morte segue-se em muitos casos.

Os músculos da mandíbula são frequentemente os primeiros a serem afectados pela contracção espástica, dando o característico “riso sardônico” 3. Mais tarde, são cada vez mais envolvidos outros grupos musculares resultando no quadro característico de rigidez da nuca, rigidez abdominal (opistótonos) e dificuldades em respirar e deglutir2.

 

ATENÇÃO

O Tétano Neonatal  não é contagioso e acomete o recém-nascido (RN), nos primeiros 28 dias de vida.

 

Prevenção

O esquema completo e actualizado da vacina anti-tetânica tem uma eficácia de quase 100% na prevenção do tétano neonatal. Além da vacina, o parto limpo, cuidados higiênicos e adequados com o coto umbilical são fundamentais na prevenção da doença.


 

Indivíduos imunizados com TT (Toxóide Tetânico) desenvolvem anticorpos contra o tétano. Mulheres grávidas com vacinação anti-tetânica em dia passam os anticorpos para seus bebés, assim, garantindo sua protecção contra o tétano à nascença, mas por período limitado. Por isso, a VAT correcto às mulheres em idade fértil (incluindo grávidas) protege a mãe e ao bebé contra o tétano1.

Adicionalmente, o manejo adequado das feridas também previne o tétano. As feridas devem ser completamente limpas e todo o tecido morto removido.

Pessoas com feridas sujas e que não estejam completamente protegidas contra o tétano, devem receber imunoglobulina tetânica para neutralizar os efeitos da toxina3.

 

A prevenção do tétano bem como de tantas outras doenças infecciosas exige esforços não só das autoridades sanitárias, mas também o envolvimento de outras áreas responsáveis pelos demais determinantes sociais de saúde3.

Factores de Risco Para o Tétano Neonatal

Fonte: http://portalms.saude.gov.br/saude-de-a-z/sarampo (Portal Saúde, 2018)


 

Tratamento

O tratamento do tétano neonatal deve ser sempre em ambiente hospitalar3. O paciente deve ser internado numa unidade sanitária ou em enfermaria apropriada, acompanhado por uma equipe médica e de enfermagem experiente na assistência dessa patologia, o que pode reduzir as complicações e a letalidade3. É necessário a administração de imunoglobulina humana anti-tetânica ou soro anti-tetânico, antibiótico, sedativos e outras medidas de suporte que o caso exigir3.

 

Tuberculose

Caracterização

A tuberculose (TB) é causada pelo Mycobacterium tuberculosis, um bacilo gram positivo  também conhecido por Bacilo de Koch. Afecta primariamente os pulmões, mas também outras partes do corpo podem ser atingidas, tais como, os ossos, as articulações, os rins e o cérebro.

Definição de Caso – Caso Suspeito

Qualquer criança doente com história de contacto com um caso suspeito ou confirmado de tuberculose pulmonar.

Qualquer criança com as seguintes características:

-        Perda de peso, tosse e expectoração, que não respondem ao tratamento antibiótico para doenças respiratórias agudas;

-        Perda de peso, tosse e expectoração, que não respondem ao tratamento antibiótico para doenças respiratórias agudas;

-        Perda de peso, tosse e expectoração, que não respondem ao tratamento antibiótico para doenças respiratórias agudas

 


 

Epidemiologia

A TB é endémica em Moçambique, tanto nas áreas rurais como nas urbanas e afecta todas as idades. O HIV/SIDA e a falência terapêutica são factores contribuintes para o agravamento do impacto da doença.

-        A fonte de infecção é uma pessoa com tuberculose pulmonar com baciloscopia positiva e que transmite a doença através da tosse.

-        O período de incubação é de 4 – 12 semanas, mas a infecção pode persistir por meses ou anos antes da sintomatologia.

Factores de Risco

Os factores de risco compreendem:

-        Imuno-deficiência;

-        Malnutrição;

-        Alcoolismo;

-        Diabetes;

-        Superlotação (super-povoamento);

-        Locais com ventilação inadequada e contacto próximo com pessoa infectada.

Quadro Clínico

-   Quadro de sudação noturna, fraqueza geral e perda de peso.

-   História de tosse há mais de 4 semanas.

 

Prevenção

A BCG protege principalmente contra as formas infantis severas de TB, que são a tuberculose miliar e a meningites tuberculosa. Não protege efectivamente contra a forma adulta da tuberculose.

 


 

Outra maneira de prevenir a doença é identificar a “infecção latente de tuberculose”, que acontece quando uma pessoa convive com alguém que tem tuberculose. Neste caso, é necessário procurar uma unidade de saúde2. Pessoas que possuem o bacilo, recebem tratamento para prevenir o desenvolvimento da doença6.

Medidas direccionadas ao ambiente devem ser tomadas como arejamento dos locais com aglomerados de pessoas, uso da etiqueta da tosse, a higiene das mãos entre outras medidas gerais2.

Tratamento

-        Pessoas com tuberculose devem completar o curso da terapia curativa, o qual usualmente inclui duas ou mais drogas anti-tuberculosas por, pelo menos, 6 meses. Infelizmente, algumas pessoas não tomam a medicação como prescrita ou não completam o curso de terapia.

-        Isto pode levar à formação de estirpes resistentes às drogas da TB, que podem ser propagadas às outras pessoas3.

 

Difteria

Caracterização

É uma doença infecciosa aguda causada por estirpes de Corynebacterium diphtheria que produzem a toxina diftérica. A toxina pode lesar ou destruir os tecidos do corpo humano e órgãos. Há dois tipos:

 


 

Definição de Caso

Dor de garganta, febre e membrana esbranquiçada aderente às amígdalas, faringe e/ou passagens nasais.

 

Epidemiologia

A difteria propaga-se quer por contacto directo pessoa-a-pessoa, ou através de gotículas quando um portador tosse. O portador pode ser assintomático e imune. A propagação da doença é favorecida em locais super-povoados e com baixas condições de vida3.

O período de incubação é de 1 – 7 dias. As pessoas infectadas podem propagar a doença até 4 semanas. Raramente, podem continuar infectantes até 6 meses.

Durante os surtos e epidemias, algumas crianças podem ser portadoras assintomáticas, mas ainda podem espalhar a doença às outras pessoas6.

 

Quadro Clínico

Quando a difteria afecta a garganta e as amígdalas, os sintomas precoces são a dor de garganta, perda de apetite e febre ligeira. Dentro de 2 ou 3 dias, aparece uma membrana esbranquiçada ou acinzentada na garganta e amígdalas e os gânglios do pescoço aumentam de volume. Os pacientes podem recuperar ou desenvolver fraqueza severa e morrer dentro de 6 a 10 dias3.

 

Tratamento

Casos de difteria devem ser tratados com toxina anti-diftérica e antibióticos e devem ser isolados para evitar exposição às outras pessoas. Culturas das secreções da garganta devem ser feitas para confirmar o diagnóstico3. Os pacientes tornam-se não infecciosos dois dias depois de iniciarem o tratamento antibiótico. Os pacientes tornam-se não infecciosos dois dias depois de iniciarem o tratamento antibiótico.


 

Pertussis (Tosse Convulsa)

Caracterização

É uma doença bacteriana causada pelo Bordatella Pertussis, que vive na boca, nariz e garganta. A doença é extremamente contagiosa, especialmente em ambientes de super-povoamento e má nutrição.

Muitas crianças com pertussis apresentam quadros de tosse que duram 4 a 8 semanas. A doença é comum em crianças não imunizadas.

A tosse convulsa tem uma mortalidade elevada quando afecta crianças com menos de um ano de idade. Devido à tosse com vómitos constantes, o estado nutricional da criança doente tende a complicar-se.

Definição de Caso

Tosse há, pelo menos, duas semanas e caracterizada por, pelo menos, um dos seguintes sinas: tosse, inspiração em guincho ou vômito a seguir à tosse sem outra causa aparente.

 

Epidemiologia

A pertussis propaga-se muito facilmente de pessoa-para-pessoa através de gotículas produzidas pela tosse ou espirro. Muitas pessoas expostas ao germe tornam-se infectadas. A doença é transmitida a partir de 7 dias depois da exposição até 3 semanas depois do início da tosse.

O período de infecção pode ir até 21 dias. Ocorre pouca ou nenhuma transferência de imunidade da mãe para o filho. Infantes e crianças pequenas são muito susceptíveis de se tornar infectadas, desenvolver complicações sérias e morrer. Popularmente, a tosse convulsa é chamada “doença dos seis meses” e figura em segundo lugar, depois do sarampo, entre as doenças causadoras de com aplicações sérias em crianças.

 


 

Quadro Clínico

Descrevem-se 3 estágios no caso típico de tosse convulsa:

Estágio catarral

Sintomas iniciais são semelhantes ao do resfriado (febre moderada, coriza, espirros e tosse irritativa)

Inicialmente, por volta da primeira semana, há um estágio catarral, com sintomas respiratórios superiores semelhantes aos de um resfriado comum. A criança parece ter um resfriado comum com corrimento nasal, olhos lacrimejantes, febre e tosse. A tosse piora gradualmente.

Estágio paroxístico

A segunda fase, envolve acessos de tosse rápida. No fim destes acessos, a criança inspira com um guincho. A criança pode ficar cianótica devido à falta de oxigênio durante os acessos de tosse, vômito e exaustão frequentemente ocorrem a seguir aos ataques de tosse, que são particularmente frequentes à noite. Este estágio dura uma a seis semanas, mas pode ir até dez semanas. Os ataques tornam-se menos severos com o passar do tempo6.

Estágio de convalescência

Nesta fase, a tosse gradualmente torna-se menos intensa e pára em 2 a 3 semanas. Geralmente há febre alta durante o curso da doença.

Quando infecções respiratórias secundárias se instalam nessa fase, podem resultar em reaparecimento transitório dos paroxismos.

As complicações mais comuns agem sobre as vias respiratórias. Os bebés apresentam um risco devido à falta de oxigenação após períodos de apneia ou acessos de tosse. podem desenvolver pneumonia, que pode ser fatal. Pode ocorrer pneumo-tórax durante um episódio de tosse, hemorragia ocular, úlcera abaixo da língua quando esta é comprimida contra os dentes durante um episódio de tosse, hérnia umbilical e até prolapso retal.

A tosse convulsa é também chamada de coqueluche, pertussis ou ainda de tosse comprida


 

Tratamento

Os antibióticos ajudam a reduzir os episódios de tosse e no tratamento de complicações como pneumonia e otite média. Deve-se também dar muito líquido para prevenir a desidratação.

Prevenção

A prevenção deve ser feita com a vacinação, que é obrigatória e gratuita. No entanto, deve-se obedecer ao calendário de vacinação, e medidas voltadas ao meio ambiente e educação sanitária devem ser tomadas.

Factores de risco e Complicações

 

Entre outros grupos e factores de risco estão:

-        Recém-nascidos com menos de 2 meses que não foram vacinados.

-        Adultos que não foram vacinados quando criança.

As complicações resumem-se  em:

As complicações da Coqueluche são raras, contudo, se houver elas poderão ser:

-         Costelas machucadas ou rachadas.

-         Convulsão;

-         Desidratação;

-         Hérnias abdominais e umbilical;

-         Hemorragia ocular;

-         Infecções de ouvido;

-         Pneumonia;

-         Parada respiratória;

-         Pneumotórax;

-         Prolapso retal;

-         Lesão cerebral;

-         Vasos sanguíneos da pele ou olhos  esbugalhados.

 


 

Caracterização

A hepatite B é uma doença infecciosa que afecta o fígado causada pelo vírus da hepatite B (VHB). O vírus pode causar infeções tanto agudas como crónicas. Durante a infeção inicial aguda muitas pessoas não manifestam sintomas. Em algumas pessoas, os sintomas manifestam-se de forma súbita e incluem vómitos, pele amarela, fadiga, urina de cor escura e dor abdominal.

Muitas das consequências sérias da infecção pelo vírus da hepatite B (VHB) ocorre  entre pessoas que se tornam cronicamente infectadas. Pessoas com infecção crónica geralmente são assintomáticas durante décadas depois da infecção e 15-25% destas pessoas desenvolvem câncro do fígado ou cirrose. Estes portadores crónicos também são um reservatório importante para a transmissão de novas infecções.

Epidemiologia

-        A doença é altamente endémica em África. 60 – 90% são infectadas até à idade adulta, dos quais 5 – 25% são portadores crónicos. A transmissão do VHB pode ocorrer com a exposição percutânea ou da mucosa, de sangue ou fluídos corporais de portadores.

-        O vírus é encontrado em altas concentrações no sangue e exudatos serosos, moderada no sêmen e fluído vaginal e baixa na saliva.

 

           O período de transmissibilidade estende-se de duas a três semanas antes dos primeiros sintomas e mantém-se durante a evolução clínica da doença. O portador crônico pode transmitir por vários anos.

 


 

Prevenção

            Existe uma vacina segura e eficaz contra a hepatite B há aproximadamente 30 anos. A vacina da hepatite B é eficaz na prevenção da infecção pelo VHB quando é aplicada quer antes ou pouco depois da exposição ao vírus6. A OMS recomenda a inclusão da vacina da hepatite B em todos os programas de vacinação de rotina de todos os países. Moçambique introduziu a vacina contra a hepatite B no PAV de 2001, sob a forma combinada de DPT/Hepatite B. O objectivo primário da vacinação contra a hepatite B é prevenir a infecção crónica que ocorre na infância, a qual pode resultar em doença crónica do fígado mais tarde na vida6.

 

 Doenças Causadas pelo Haemophilus Influenzae

Caracterização

Infecções causadas pelo Haemophilus influenzae (Hib) são uma das principais causas de morbidade e mortalidade em crianças menores de 5 anos no mundo. As manifestações mais importantes causadas pelo Hib são pneumonia, meningite e outras patologias como a epiglotite, septicemia, celulite, artrite, osteomielite, pericardite devido a metástases sépticas à distância.

O Haemophilus influenzae é um cocobacilo Gram-negativo, aeróbio. Estirpes não-capsuladas são menos virulentas do que as capsuladas. Estirpes capsuladas podem ser classificadas em seis sero-tipos (tipo a, b, c, d, e, f), a partir da diferença antigênica da cápsula polisacarídica. São conhecidas por causar doença mas, o tipo b é o mais virulento e é responsável pelos quadros clínicos mais graves.

Epidemiologia

A infecção é mais comum em crianças menores de 5 anos e as crianças entre 4 a 18 meses estão em maior risco. Nos recém-nascidos, os anticorpos maternos protegem da infecção, mas por volta dos 2 a 3 meses esta protecção entra em queda e a incidência da infecção aumenta.


 

O Haemophilus influenzae, incluindo Haemophilus influenzae tipo b, são comensais da  sofaringe das crianças. Portanto, as bactérias são passadas de criança para criança através de gotículas e secreções naso-faringeas quando uma criança infectada tosse ou espirra. A transmissão pode ainda ocorrer quando partilham brinquedos ou outros objectos que levam à boca.

O reservatório do H. influenzae é o homem doente ou portador. Nos países em desenvolvimento 3% à 20% dos casos são fatais. Das crianças que sobrevivem, 30 a 40% ficam com deficiência neurológica permanente como paralisia, atraso mental e/ou perda auditiva.

Geralmente o período de incubação é de 2 a 4 dias e a transmissão é interrompida após 48h de antibioterapia eficaz. Sendo assim, a OMS recomenda que a vacina Hib seja incluída na rotina dos programas de imunização.

Prevenção

A vacinação é a forma mais eficaz para prevenção da doença, no entanto, outras medidas voltadas ao meio ambiente devem ser tomadas.

 Meningite por Haemophilus Influenzae

Caracterização

É a infecção da membrana que cobre a medula espinal e o cérebro, provocando inflamação da mesma.

 

 Pneumonia por Haemophilus Influenzae

Nos países em desenvolvimento é a maior causa de infecção pulmonar baixa na faixa etária dos 2 meses até 5 anos.


 

Rotavírus

Caracterização

Os rotavírus se refere à doença diarréica aguda causada por um vírus - RNA, vírus da família dos Reoviridae, do género Rotavírus. É uma das mais importantes causas de diarreia grave em crianças menores de cinco anos no mundo, particularmente nos países em desenvolvimento como Moçambique6.

Quadro Cínico

A forma clássica do rotavírus, principalmente na faixa de seis meses a dois anos, é caracterizada por uma forma abrupta de vómito. Na maioria das vezes, há diarreia com carácter aquoso, aspecto gorduroso e explosivo, além de febre alta. Podem ocorrer formas leves e sub-clínicas nos adultos e formas assintomáticas na fase neonatal e durante os quatro primeiros meses de vida3.

Epidemiologia

Rotaviruses é pensado para causar anualmente mais de 800 mil mortes nas crianças envelhecidas com menos de 5 anos em países em vias de desenvolvimento, e é responsável por mais de 500 mil visitas a um médico anualmente nos Estados Unidos apenas. 3 Consequentemente uma ênfase principal foi posta sobre a revelação de um cofre forte e de uma vacina eficaz para o uso na infância adiantada3.

Um dos desafios principais em estudos epidemiológicos é a evolução rápida dos rotaviruses através dos mecanismos diferentes. A transmissão Interspecies tem um papel crucial na diversidade dos rotaviruses3, e a capacidade dos rotaviruses para trocar o material genético entre vírus humanos e animais durante co-infecções conduz à geração de vírus novos.

Transmissão

Os rotavírus são transmitidos pela via fecal-oral, por contacto pessoa a pessoa, por meio de água e alimentos contaminados, objectos contaminados e, provavelmente, por propagação aérea, via aerossóis. Há presença de alta concentração do vírus causador da doença nas fezes de crianças infectadas.

O período de incubação é de, em média, dois dias. Já o período de transmissibilidade, a máxima excreção viral se dá no 3.º e 4.º dias a partir dos primeiros sintomas2. No entanto, podem ser detectados nas fezes de pacientes mesmo após a completa resolução da diarreia3.

Prevenção

-        Administrar a vacina contra rotavírus em crianças menores de seis meses;

-        Lavar sempre as mãos depois de utilizar o banheiro/latrina, trocar fraldas, tocar em animais, e antes de manipular/preparar os alimentos, amamentar,;

-        Lavar e descontaminar as superfícies, utensílios e equipamentos usados na preparação de alimentos;

-        Proteger os alimentos e as áreas da cozinha contra insetos, animais de estimação e outros animais (guardar os alimentos em recipientes fechados);

-        Guardar a água tratada em vasilhas limpas e de boca estreita para evitar a recontaminação;

-        Ensacar e manter a tampa do lixo sempre fechada. Quando não houver colecta de lixo, este deve ser enterrado;

-        Usar sempre a latrina, mas se isso não for possível, enterrar as fezes sempre longe dos cursos de água;

-        Manter o aleitamento materno aumenta a resistência das crianças contra as diarreias, por isso evitar o desmame precoce.

 

 

O paciente deve ser tratado por meio de reposição hidro-eletrolítica e manejo dietético adequado. Não é recomendado o uso de anti-microbianos e anti-diarréicos.

 


 

Rubéola

Caracterização

A Rubéola é uma doença aguda, de alta contagiosidade, transmitida pelo vírus do gênero Rubivirus da família Togaviridae. A doença também é conhecida como “Sarampo Alemão”.

No campo das doenças infecto-contagiosas, a importância epidemiológica da Rubéola está representada pela ocorrência da Síndrome da Rubéola Congênita (SRC) que atinge o feto ou o recém-nascido cujas mães se infectaram durante a gestação2. A infecção na gravidez acarreta inúmeras complicações para a mãe, como aborto e nado-morto (feto expulso morto) e para os recém-nascidos, como malformações congênitas (surdez, malformações cardíacas, lesões oculares e outras). Há muito poucos casos de síndroma da rubéola congénita comunicados anualmente à OMS, mas os estudos feitos sugerem que os casos oficialmente comunicados são frequentemente inferiores à realidade.

Quadro Clínico

Os sintomas da Rubéola são febre baixa, linfo-adenopatia retro-auricular, occipital e cervical, acompanhado de exantema máculo-papular.

Prevenção

-        A prevenção é feita por meio da vacinação a todas crianças com 9 meses de idade. A vacina está disponível nas unidades sanitárias do Serviço Nacional de Saúde;

-        Arejamento dos locais com aglomerados de pessoas também é recomendado, para além das medidas gerais ao meu ambiente e adopção de hábitos higiénicos saudáveis.

Não há tratamento específico para a Rubéola. Os sinais e sintomas apresentados pelo paciente, devem ser tratados de acordo com a sintomatologia e terapêutica adequadas.

Doenças por streptococcus pneumoniae/ pneumococo

Doenças pneumocócicas são enfermidades complexas e conjugam um grupo de outras doenças causadas pela bactéria Streptococcus pneumoniae, também conhecida como pneumococo. Já foram identificados mais de 90 soro-tipos e que apenas um pequeno sub-grupo causa a maioria das doenças relativas à bactéria em todo o mundo.


 

Caracterização

Streptococcus pneumoniae ou informalmente Pneumococo é uma espécie de bactérias Gram-positivas, pertencentes ao género Streptococcus, com forma de côcos que são uma das principais causas de pneumonia e meningite em adultos, e causam outras doenças no ser humano que serão descritas no esquema seguir6.

 

Outas Causes de Pneumonias

Virais

Bacterianas

 

Outas causes de meningite

Virais

Bacterianas

-        Enterovíros;

-        Encefalite japonesa;

-        Arbovíros;

-        Papeira;

-        Herpes-vírus.

-        Streptococus pneumoniae;

-        Neisseria Meningitides;

-        Haemophilus influenzae tipo b.

 

 

 


 


 

Factores de Risco

-        Pacientes mais susceptíveis a infecções pneumocócicas graves e invasivas são;

-        Aqueles com doenças crónicas (p. ex., doenças cardio-respiratórias crónicas, diabetes, Doença hepática, alcoolismo);

-        Imuno-supressão (p. ex., HIV);

-        Asplenia[1] anatómica ou funcional;

-        Anemia falciforme;

Transmissão

As bactérias são disseminadas através de gotículas de saliva ou muco expelidos pela pessoa portadora sadia ou doente, por exemplo, quando as pessoas infectadas tossem ou espirram. Estas pessoas podem ser portadoras do pneumococo sem apresentar sinais ou sintomas da doença, mas podem infectar outras pessoas. Os portadores mais frequentes são as crianças pequenas6.

 

Prevenção

A infecção produz imunidade tipo-específica, mas não se generaliza para outros sorotipos. Caso contrário, a prevenção envolve vacinação e anti-bioticoterapia profilática.

-        Vacinas: vacina conjugada contra 13 soro-tipos (PCV13); Vacina polivalente polissacarídia direcionada contra os 23 soro-tipos (PPSV23) que são responsáveis por > 90% das infecções pneumocócicas graves em adultos e crianças

-        Antibióticos profiláticos: para crianças < 5 anos com asplenia funcional ou anatômica.

 


 

 

RESUMO

-   A vacina é uma das formas mais eficaz para prevenção de doenças, pois para além de prevenir as pessoas vacinadas, também ajuda a comunidade no geral, uma vez que quanto maior número de indivíduos vacinados, menor é a chance de contracção de doenças por parte dos não imunizados.

-   Os objectivos do PAV consistem em elevar os actuais níveis de cobertura vacinal, estender a vacinação aos que são actualmente sub-servidos, aos grupos etários para além da infância, introduzir novas vacinas, tecnologias e integrar a vacinação com a prestação de outras intervenções prioritárias de saúde, com vista a acelerar o alcance dos objectivos do desenvolvimento do milénio, no que tange àredução da mortalidade infantil, melhoria da saúde materna e combate às doenças, eventualmente incluindo a Malária e o HIV/SIDA.

-   Os laboratórios produzem a vacina a partir dos próprios agentes infeciosos, mas enfraquecidos, mortos ou com algum derivado deles. Primeiro, os micro-organismos são cultivados em células animais, como as de um ovo de galinha. Depois que se multiplicam, passam por um processo de enfraquecimento, ou seja, perdem a patogenicidade

-   As doenças-alvo do PAV são as que se podem evitar com a aplicação de vacinas específicas incluídas no Programa. Uma vez que cada país tem a sua política em relação às vacinas a serem usadas nos seus respectivos programas e as doenças-alvo do PAV devem ser bem definidas de modo a facilitar a sua detecção e seguimento a todos os níveis, através do sistema da vigilância epidemiológica.

-   Erupção característica que é acompanhada de inflamação da mucosa que ocorre no momento em que a imunidade para o vírus se desenvolve. As manifestações são febre, constipação.


 



[1] Asplenia se refere ao não funcionamento do baço e está associada com riscos de infecção graves. Assim, é mais grave que o hipo-esplenismo que se refere a um funcionamento reduzido/insatisfatório do baço.

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