ESTRATÉGIA DE PROMOÇÃO DA SAÚDE E ENVOLVIMENTO COMUNITÁRIO
As Unidades Sanitárias em Moçambique assim como outros cantos do mundo têm vindo a colher resultados valiosos no que tange à prática do envolvimento comunitário, pois verifica-se o aumento da confiança das comunidades em relação ao Sistema Nacional de Saúde e, por outro lado, a prática da estratégia do envolvimento comunitário pelos profissionais de saúde e dos demais intervenientes na saúde da comunidade, ajuda a melhorar a qualidade dos serviços prestados à população, permite melhor gestão dos recursos disponíveis entre outros benefícios, desenvolvendo-se assim um clima amigável entre ambas as partes.
Além disso, o país, assim como o mundo em geral, os serviços de saúde têm vindo a “sufocar-se” pela prevalência e/ou aumento da incidência de doenças, na maioria delas evitáveis pela simples mudança de comportamento ou ainda, pela adopção de hábitos de vida saudável. Por outro lado, a estratégia de promoção de saúde em Moçambique, ajuda a aliviar esta sobrecarga dos serviços de saúde e reduzir os efeitos prejudiciais que as doenças “semeiam” nas comunidades.
Nesta unidade, serão discutidos aspectos significativos da estratégia de promoção de saúde e envolvimento comunitário, que são um dos pilares que suporta a actividade da medicina preventiva no que tange ao primeiro nível de prevenção de doenças.
1.
AVALIAÇÃO 1
DIAGNOSTICO DE
SAÚDE DA COMUNIDADE
1.
Em que consiste o
diagnóstico comunitário de saúde?
2.
Quais
possíveis fontes de dados para a elaboração de um relatório de diagnóstico
comunitário de saúde? Liste os locais e instrumentos fontes.
3.
Diferencie as diferentes
formas de colecta de dados por si estudadas.
4.
O que distingue a zona de
influencias directa, da indirecta de um centro de saúde?
5.
Na sua opinião, existira
alguma diferença entre o centro de saúde e um hospital? Justifique a sua
resposta.
6.
Que problemas na gestão da
saúde da comunidade, podem provir devido a falta da realização do
diagnostico com unitário de saúde? Tome em conta as necessidades e
recursos disponíveis.
7.
Que relevância tem o
levantamento dos dados sobre cultura, religião crenças entre outros de
natureza socio cultural na saúde da comunidade?
8.
Que accoes poderias propor
numa comunidade diagnosticada maior produção agrícola e que a mesma
apresenta uma elevada taxa de desnutrição cronica em menores de 5 anos?
A
ESTRATÉGIA NACIONAL PARA A PROMOÇÃO DA SAÚDE
AVALIAÇÃO 1 |
DIAGNOSTICO DE
SAÚDE DA COMUNIDADE |
1.
Em que consiste o
diagnóstico comunitário de saúde? 2.
Quais
possíveis fontes de dados para a elaboração de um relatório de diagnóstico
comunitário de saúde? Liste os locais e instrumentos fontes. 3.
Diferencie as diferentes
formas de colecta de dados por si estudadas. 4.
O que distingue a zona de
influencias directa, da indirecta de um centro de saúde? 5.
Na sua opinião, existira
alguma diferença entre o centro de saúde e um hospital? Justifique a sua
resposta. 6.
Que problemas na gestão da
saúde da comunidade, podem provir devido a falta da realização do
diagnostico com unitário de saúde? Tome em conta as necessidades e
recursos disponíveis. 7.
Que relevância tem o
levantamento dos dados sobre cultura, religião crenças entre outros de
natureza socio cultural na saúde da comunidade? 8.
Que accoes poderias propor
numa comunidade diagnosticada maior produção agrícola e que a mesma
apresenta uma elevada taxa de desnutrição cronica em menores de 5 anos? |
Desde a declaração de
Alma Acta em 1978 sobre os cuidados de Saúde Primários, passando pelos
princípios orientadores da Carta de Otawa em 1986, que foi o principal marco de
referência da promoção da saúde em todo o mundo, em que a Política de Saúde em
Moçambique tem dado prioridade ao envolvimento comunitário na promoção de
saúde, prevenção de doenças e atenção á saúde.
CITAÇÃO |
“A promoção da saúde dos indivíduos é uma das tarefas-chave de qualquer
sistema de saúde. O Ministério da Saúde de Moçambique coloca esta tarefa no
topo das suas prioridades, consciente de que investindo em acções
promocionais de comportamento e estilos de vida saudáveis estará criando
condições para que a população esteja mais saudável1. O Ministério da Saúde valoriza a autonomia dos indivíduos na tomada de
decisão para a sua saúde e, simultaneamente, reconhece a sua responsabilidade
de liderar a promoção do acesso à informação de qualidade que vai permitir
que os cidadãos façam melhores escolhas dos comportamentos e estilos de vida
favoráveis a uma boa saúde.”1 |
Como instrumento
para orientar as intervenções do sector da saúde na promoção da saúde, em 2010,
o MISAU elaborou a Estratégia Nacional para a Promoção da Saúde, a qual
assenta-se em três pilares, nomeadamente, a educação para a saúde, a
comunicação para a saúde e o envolvimento comunitário.
4.1
Objectivo geral da estratégia de promoção da saúde
|
Envolver a
comunidade em acções para a promoção e protecção da sua própria saúde e
adopção de estilos de vida saudáveis. |
4.2 Objectivos específicos
- Criar mudança na
percepção e acção do indivíduo e da comunidade em geral para a obtenção de um
estado do bem-estar fisico e mental da sociedade: crianças, jovens, mulheres,
homens, pessoas idosas e de outros grupos populacionais vulneráveis. - Aumentar a percepção de
riscos de saúde na sua relação com o ambiente; - Adoptar as comunidades
com conhecimentos para que estejam capacitados para promover a sua saúde
individual e colectiva; - Incentivar o comportamento adequado de procura de cuidados de
saúde na US; - Incentivar o seguimento da prescrição do profissional de
saúde. |
Fonte 15: MISAU. (2010). Estratégias de
Promoção de Saúde. Maputo.
4.3 Prioridades de intervenção
- Capacitar técnicos de saúde em acções com vista à promoção de
saúde, estabelecer e criar comités de saúde nas comunidades e comités de
co-gestão nas USs; - Capacitar membros das comunidades (MPT, APEs, activistas e
voluntários) para seu envolvimento na promoção da saúde; - Envolver outros sectores da função pública e ONGs na promoção
da saúde; - Intensificar as acções do IEC para o envolvimento comunitário
na promoção de saúde; - Mobilizar os agentes e técnicos de medicina preventiva como
elementos fundamentais das acções do envolvimento comunitário na promoção de
saúde. |
Fonte 16: MISAU. (2010). Estratégias
de Promoção de Saúde. Maputo.
4.3.1
Componentes da estratégia de promoção da saúde
A estratégiade de promoção da saúde assenta em três pilares:
Educação para saúde |
Envolvimento comunitário |
Comunicação para saúde. |
|
|
|
Para definir
estes três pilares assumem-se dois pressupostos:
-
Que os cuidados de saúde
primários sejam o
elemento-chave de um sistema de saúde, constituindo-se como os cuidados de
primeiro contacto quando necessários; -
Que, para isso, é
necessário que a promoção de saúde seja baseada na auto- responsabilização e
autonomia dos cidadãos nas suas decisões e acções. |
DEFINIÇÃO |
A educação para saúde é um processo que visa
facilitar a adaptação voluntária dos comportamentos dos responsáveis, dos
técnicos e da população, através de experiências de aprendizagem
complementares que melhorem a saúde do indivíduo ou da colectividade2, |
A educação para a saúde deve ser realizada por diversos
actores da sociedade desde trabalhadores da saúde, da educação, da comunicação
social, monitores de juventude e desportos, promotores da cultura, líderes
comunitários, comités de saúde, gestores da Função Pública, extensionistas
agrários e outros.
A divulgação da informação e as actividades de educação
para a saúde devem ser realizadas nas instituições de saúde, de ensino e nas
comunidades em geral, em locais com aglomerados populacionais como os indicados
e em centros de internato, quartéis, cadeias, mercados, casa a casa e outros.
Deve-se sempre dar preferência à comunicação interpessoal.
4.4
Intervenções propostas no pilar de educação para a saúde
-
Formar profissionais
de saúde das diferentes categorias em educação para a saúde; -
Actualizar os
curricula de formação dos técnicos de nível básico, médio e superiores para
inclusão da educação para a saúde como uma competência das carreiras de saúde
quer nos cursos iniciais como de pós-graduação; -
Capacitar os agentes
comunitários de saúde e praticantes de medicina tradicional em matérias
relacionadas com educação para a saúde de forma a que estes sejam promotores
de boas práticas de saúde; -
Utilizar Famílias/
Grupos de Mães/Mães Modelos dentro das comunidades na promoção de estilos de
vida saudáveis, educação nutricional, higiene e saneamento, prevenção de
doenças; -
Treinar, indivíduos
da comunidade para agirem como activistas voluntários de educação para a
saúde; -
Coordenar com MINED a
integração de programas de educação para a saúde nos curricula escolares; -
Integrar nos serviços
amigos de adolescentes e jovens (SAAJ's), a componente educação para a saúde
para a prevenção e contrôle do consumo de tabaco e álcool; -
Produzir material de
IEC para as comunidades; -
Criar uma mediateca
funcional que sirva de base de dados e depósito do material de IEC produzido
pelo MISAU e ONG; -
Promover o papel dos
média na disseminação de informação para promover estilos de vida saudáveis,
promoção de saúde, educação nutricional, higiene e saneamento, prevenção de
doenças transmissíveis e não transmissíveis; |
Fonte 18: MISAU. (2010). Estratégias
de Promoção de Saúde. Maputo.
Instituir a obrigatoriedade do depósito de
cópias dos materiais de IEC no MISAU, produzidos pelos diferentes autores1, |
4.5 Comunicação para saúde
DEFINIÇÃO |
Consiste no estudo e utilização de
estratégias de comunicação para informar e influenciar decisões individuais e
da comunidade para melhorar a saúde2. |
Liga os domínios de comunicação e
saúde e é cada vez mais reconhecido como um dos principais mecanismos para
melhorar a saúde pessoal e pública. Comunicação é uma técnica de estratégia de
educação para saúde que, muitas vezes, tem sido descrita como uma só
estratégia. No entanto, neste manual, a comunicação será abordada como uma
estratégia mais abrangente de comunicação para mobilização das comunidades e
não somente como uma técnica usada no processo de educação para saúde.
A comunicação em saúde pode ser
utilizada para influenciar a agenda pública, advogar para políticas e
programas, promover mudanças positivas no ambiente sócio-económico e físico,
melhorar a oferta de serviços de saúde pública e de saúde assistencial e
encorajar normas sociais que beneficiem a saúde e a qualidade de vida1.
4.6 Intervenções propostas no pilar de
comunicação para a saúde
- Priorizar o uso de novas tecnologias de comunicação como é o
caso do uso dos serviços de telefonia móvel para a disseminação de mensagens; - Capacitar gestores, líderes, formadores de opinião e
organizações da sociedade civil em promoção da saúde tendo em conta os
mecanismos mais eficazes de comunicação, |
para
disseminação de mensagens sobre redução de vulnerabilidades e riscos, hábitos
de vida saudável e qualidade de vida; - Capacitar os provedores de informação sobre promoção de saúde
com conhecimento adequado para garantir uma disseminação eficaz e contínua de
mensagens de promoção de saúde; - Realizar feiras de saúde e campanhas incorporando informações
e serviços à população voltados à promoção da saúde e prevenção das doenças; - Realizar palestras com debates, grupos focais, reuniões com a
comunidade para provê-las de informação adequada e necessária para promoção
da saúde; - Disseminar material de IEC com conteúdo sobre promoção de
saúde e prevenção das doenças adequado social e culturalmente a cada local; - Utilizar os meios de comunicação social, nomeadamente,
televisão e rádios, tendo em conta o grupo-alvo a atingir com as mensagens de
promoção da saúde e prevenção das doenças; - Realizar pesquisas na componente de comunicação para saúde no
País; - Fortalecer grupos de trabalho com parceiros sobre comunicação
para a saúde, de modo a integrar e consolidar as estratégias de comunicação. |
2.
ENVOLVIMENTO
COMUNITÁRIO PARA SAÚDE
DEFINIÇÃO |
É o processo através do
qual os indivíduos e organizações de beneficência criam uma relação a longo
prazo com uma visão colectiva a favor da comunidade2. |
O Envolvimento comunitário para saúde significa
trabalhar activamente com as comunidades para que elas estejam organizadas e
capacitadas na identificação dos seus problemas de saúde e definir acções
visando a promoção da sua saúde, a prevenção de doenças e desenvolvimento.
O envolvimento comunitário para a saúde é fundamental
para adesão aos serviços de saúde por parte das comunidades. Porém, acções como
promoção da saúde e protecção específica, diagnóstico precoce e limitação da
invalidez e a reabilitação, providos pelos serviços de saúde, só terão
resultados satisfatórios com o envolvimento participativo das comunidades a quem
lhes são destinadas.
|
O engajamento comunitário
é fundamental em qualquer intervenção de saúde pública. A sua importância é
ainda mais significativa em emergências, seja por epidemias, calamidades
naturais entre outras situações ou agravos à saúde. |
Fonte 19: Autor-2018
Na maioria das
vezes que identificamos problemas nas comunidades, definimos soluções sem o
envolvimento participativo desta. Nestes casos, tem-se verificado menor
utilização da adesão às soluções por nós propostas, pois é evidentemente muito arriscado
os técnicos de saúde definirem soluções ou planificar serviços para a
comunidade sem o seu envolvimento.
Envolvimento comunitário é primordialmente
uma prática que incentiva as comunidades para a prática de melhores mudanças
através do seu emponderamento2 |
5.1 Abordagens e tácticas do envolvimento comunitário
As abordagens podem ser
traduzidas em:
-
Mobilização comunitária -
Comunicação para o desenvolvimento -
Comunicação para a mudança de
comportamentos |
-
Educação para a saúde -
Promoção da saúde -
Envolvimento da comunidade -
Comunicação para epidemias -
Comunicação para crises -
Comunicação dos riscos -
Comunicação para impacto
comportamental (ou Comunicação Persuasiva)1 |
5.2 Por que envolver a comunidade?
-
Todos têm o direito de conhecer os
riscos para a sua própria saúde e bem-estar; -
Informação culturalmente apropriada
pode ajudar a tomar decisões informadas para reduzir riscos para a saúde; -
As acções tomadas por indivíduos,
famílias e comunidades afectadas são fundamentais para o controlo da
ameaça/problema de saúde pública2. |
Acções para
o envolvimento comunitário
O envolvimento da comunidade
abrange uma vasta gama de actividades. Algumas actividades realizadas por
funcionários governamentais incluem:
-
Alcançar/informar
a comunidade sobre as orientações de política do Governo -
Consultar a
comunidade como parte de um processo para desenvolver políticas
governamentais ou criar uma maior consciência e compreensão pela comunidade; -
Envolver a
comunidade através de uma série de mecanismos para assegurar que questões e
preocupações são compreendidas e consideradas como parte do processo de
tomada de decisões; -
Colaborar com
a comunidade, desenvolvendo parcerias para formular opções e fornecer -
recomendações. -
Partilha de
liderança/empoderamento permitem à comunidade tomar decisões, implementar e
realizar mudanças. |
5.3 Princípios do envolvimento da comunidade
Fase de
planificação |
-
Clarificar a meta/objectivo -
Compreender a cultura da comunidade, percepção, condição
económica, redes sociais, estruturas políticas e de poder, normas, valores,
tendências demográficas, história, experiência passada; -
Estabelecer relações, criar confiança, trabalhar com
líderes formais e informais, buscar o envolvimento dos mesmos na mobilização
da comunidade; -
Mapear e utilizar os mecanismos existentes de envolvimento
da comunidade, por ex. para campanhas de pólio, imunização, trabalho com HIV,
etc. |
Fase de implementação |
-
Estabelecer
parcerias com a comunidade para gerar mudanças e melhorar a saúde; -
Reconhecer e
respeitar a diversidadee assegurar que os mais vulneráveis sejam contemplados
e envolvidos; -
Identificar,
mobilizar agentes activos e pontos fortes no desenvolvimento da capacidade e
dos recursos da comunidade para tomar decisões e implementar acções; -
Estar preparado
para implementar acções de controlo e
intervenções junto da comunidade; -
Ser flexível
para responder a mudanças de necessidades. |
Para melhor
discutirmos esta unidade didáctica, serão descritos alguns dos conceitos mais relevantes
no envolvimento comunitário para saúde.
5.4 Conselho de Lideres Comunitários (CLC´s)
CONCEITOS |
O Conselho de
Líderes Comunitários é uma estrutura sócio-comunitária composta por homens e
mulheres, membros de uma comunidade, os quais são escolhidos ou eleitos por
essa comunidade, para a “representar” em todas as ocasiões em que é preciso
tomar decisões como uma comunidade. |
Essas pessoas têm a particularidade de
serem na comunidade líderes formais ou informais, podendo ser: líderes
religiosos, régulos, professores, secretários de bairros, comerciantes,
representantes de grupos de mulheres, de jovens, de profissionais, Agentes
Comunitários de Saúde e outros3
5.5 Rede Comunitária de Saúde
CONCEITOS |
Refere-se ao sector comunitário de prestação de cuidados de saúde, com
infrastruturas comunitárias, que se pretende ser auto-sustentável, envolvendo
todos os intervenientes comunitários como Agentes Comunitários de Saúde
(ACS), Estruturas de Base Comunitária (CLC´s) e Autoridades Comunitárias3. |
5.6 Agente Comunitário de Saúde (ACS)
CONCEITOS |
Refere-se a todos os indivíduos, escolhidos na comunidade, formados
pela Saúde ou pelas ONGs e instituições religiosas para realizar actividades
promotivas, preventivas e/ou curativas ao nível das comunidades. Dentro do
grupo dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) encontram-se os Agentes
Polivalentes Elementares (APEs), Parteiras Tradicionaiss (PTs) e os
Activistas3. |
5.7 Agente Polivalente Elementar (APE)
CONCEITOS |
É um elemento da comunidade, por esta seleccionado, treinado pelo SNS
ou pelas ONGs para prestar cuidados preventivos, curativos e promocionais a
essa mesma comunidade3. |
5.8 Activista Comunitários da Saúde
CONCEITOS |
É um voluntário
membro da comunidade, por esta seleccionado, treinado por uma ONG e/ou por
uma instituição da Saúde, trabalhando sob a orientação e apoio metodológico
de uma ONG ou de instituições do Estado, ou de conselho de líderes comunitários
(CLC) 3. |
5.9 Parteira Tradicional (PT)
CONCEITO |
É a mulher que
faz partos na comunidade e ela reconhecida por essa comunidade 3 |
MEDICINA TRADICIONAL
CONCEITOS |
Segundo
a OMS, é a combinação total de conhecimentos e práticas, sejam ou não
aplicáveis, usados no diagnóstico, prevenção ou eliminação de doenças
físicas, mentais ou sociais e podem assentar exclusivamente em experiências
passadas e na observação transmitida de geração em geração, oralmente ou por
escrito3. |
Praticante de Medicina Tradicional (PMT)
CONCEITOS |
Segundo a OMS, é a pessoa reconhecida
pela comunidade na qual vive, como sendo competente para fornecer saúde
usando plantas, animais, minerais e outros métodos baseados em conhecimentos
anteriores, religiosos, sociais e culturais, bem como atitudes e crenças que
são prevalescentes na comunidade tendo em vista o bem-estar físico, mental e
social.3 |
Comités Comunitários de Saúde
CONCEITOS |
O
CS é formado por um grupo de pessoas na comunidade interessadas em tomar a
liderança e organizar a comunidade na solução dos problemas de saúde3. |
O CS é uma estrutura importante
para a promoção e cuidados de saúde na comunidade. E porquê? Porque ele
dedica-se exclusivamente às questões da saúde da comunidade. Assim, assegura-se
que haverá, dentro da comunidade, um grupo de pessoas inteiramente voltadas a
fortalecer as iniciativas de saúde3.
Assim, se não houver um
CS na comunidade, os provedores de saúde devem, imediatamente, procurar
facilitar a sua criação.
O comité deve
fortalecer a ligação entre o sector da saúde e a comunidade local, através de
um programa de actividades regulares acordadas por ambas as partes.
É o braço direito da
comunidade no apoio efectivo aos serviços de saúde; estabelece contacto
permanente com o sector de saúde para melhorar o nível dos serviços prestados,
bem como a promoção da saúde, através da educação, comunicação e envolvimento
das comunidades em acções com vista à adopção de estilos de vida saudáveis.
Deve prestar todo o apoio ao trabalho dos provedores de saúde. O CS é uma
estrutura reconhecida pelo Serviço Nacional de Saúde3.
5.10 Missão do Envolvimento Comunitário
A Missão do envolvimento comunitário inserida na Política
Nacional e no Plano Estratégico do Sector Saúde visa garantir acesso aos
cuidados básicos de saúde moçambicanos, através da promoção das capacidades
da comunidade para a identificação,
análise e tomada de decisões para resolução dos problemas de saúde e desenvolvimento3.
Objectivos do envolvimento comunitário
Satisfazer um direito e um dever: |
Todo o ser
humano tem o direito e o dever de participar individual ou colectivamente na
planificação e na implementação dos cuidados de saúde que lhe são destinados.
O envolvimento das comunidades num processo de satisfação dos seus direitos permite
que essas comunidades possam reinvindicar esses direitos. |
Promover
a auto-responsabilidade da colectividade e dos indivíduos: |
Os programas de
saúde com uma forte componente de envolvimento comunitário conduzem à
auto-responsabilização da comunidade para
promover o desenvolvimento comunitário e melhorar as condições de vida
da população, para além de constituir uma aprendizagem3; |
Melhorar
as taxas de cobertura dos cuidados de saúde: |
As Direcções
Provinciais de Saúde têm experiência de aumento das taxas de coberturas
vacinais e de outros programas através da realização de Campanhas de
Vacinação e de Brigadas Móveis, bem como dos Dias Mensais de Saúde. Isto tem
sido possível, em grande medida, graças ao envolvimento da comunidade através
das autoridades comunitárias3. |
Melhorar a qualidade dos serviços de saúde
prestados: |
Quando as comunidades ganham o poder de identificar e
priorizar os seus problemas de saúde e de tomar decisões sobre as formas de
os resolver, desenvolvem a sua capacidade de análise crítica e ganham
consciência dos seus direitos, pelo que se tornam mais exigentes, mas
igualmente, elas se tornam mais construtivas nas suas reivindicações3. |
Melhorar
o funcionamento das Unidades Sanitárias: |
Envolvendo as comunidades na gestão das unidades
sanitárias, podem apoiar o estabelecimento de um horário e de outras
condições para o desenvolvimento dos programas compatíveis com as suas
actividades, tornar o funcionamento das unidades sanitárias mais amigável e
conveniente para eles, e evitar-se a perda de oportunidades3. |
Abrir
largas perspectivas para priorizar acções de promoção da Saúde e de prevenção
da doença: |
É muito mais fácil o envolvimento das comunidades em acções de promoção
de higiene e saneamento, educação para a saúde do que na prestação de
cuidados em regime de hospitalização que são sempre mais onerosos3; |
Aumentar a eficácia e a eficiência do sistema: |
Um sistema de saúde sob a supervisão e
controlo directos das comunidades, isto é, dos beneficiários, será, de certo,
melhor gerido, o que aumentará a sua eficácia (grau de cumprimento dos
objectivos pré-determinados e das metas fixadas) e igualmente de eficiência,
através de uma melhoria da utilização dos recursos (expressão da relação
entre os resultados obtidos e os esforços despendidos, em termos de recursos
humanos, materiais, financeiros e infraestruturais, de tecnologia e de tempo)
3; |
Reforçar a coesão e a
auto-suficiência da comunidade: |
O envolvimento
comunitário para a saúde facilita a troca de informações e experiências entre
os membros da comunidade de que resultaria reforço da colaboração e coesão.
Para além disso, este processo conduz a uma maior democratização da vida da
comunidade, atenuando tendências autocráticas das autoridades comunitárias3. |
5.11 Objectivo geral da estratégia do EC para saúde
|
Envolver a comunidade em acções com
vista a melhorar as suas condições de saúde e o seu desenvolvimento3 |
5.12 Actores intervenientes no processo de EC para saúde
De acordo com a Estratégia do EC – MISAU,
no âmbito das reformas do Sector da Saúde, a descentralização e a
democratização requerem a tomada de decisões ao nível comunitário. Tendo em
conta que as comunidades têm diferentes culturas, crenças, práticas, problemas
e necessidades, a participação comunitária cria mecanismos e sistemas para
sustentar a melhoria dos cuidados de saúde, traz recursos adicionais que podem
não estar disponíveis para o sistema de saúde e as comunidades podem recorrer a
pressões políticas para melhorar os serviços3.
Um dos princípios do plano estratégico do
sector saúde é a criação de parceria em Participação Comunitária, em quel se considera que os serviços de saúde só serão melhorados
se as comunidades forem tratadas como parceiros.
Para atingir os objectivos da Política
Nacional de Saúde (PNS), o Sistema de Saúde (SS)
está dividido em três sectores que
colaboram entre si e se complementam, e são eles:
-
O sector público constituido
pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS), ao qual toda a população deve ter acesso, organizado por
níveis de atenção de saúde;
-
O sector privado com
instituições de carácter lucrativo e não lucrativo;
-
O sector comunitário de
prestação de cuidados de saúde, composto por uma rede comunitária de saúde
constituindo um complemento à extensão dos CSP a toda a população.
No entanto, para que a rede comunitária seja sustentável é
importante que:
-
Resulte da necessidade sentida
e manifestada pela comundade e não lhe deve ser
imposta;
-
Seja gerida pela própria
comunidade, com apoio e orientação do SNS e/ou das ONGs;
-
Se crie na comunidade um
sistema de monitorização e controle;
A COMUNIDADE |
Autoridades comunitárias, Estruturas de base comunitária
(CLCs), Rede Comunitária de Saúde (CLCs, ACS) Medicina Tradicional
(Praticantes de Medicina Tradicional), educadores/iniciantes de ritos de
iniciação3. |
INSTITUIÇÕES DO ESTADO B |
Ministérios de Saúde, Educação,
Administração Estatal, Agricultura e Desenvolvimento Rural, entre outros3. |
AGÊNCIAS
INTERNACIONAIS ü |
UNICEF, UNFPA, OMS, USAID e outras;Organizações não
governamentais (ONGs) nacionais e internacionais, empresas privadas,
organizações religiosas, pessoas individuais3. |
Fonte 20: Adaptado de MISAU.(2011).
Estratégia Nacional de Envolvimento Comunitário..
3.
PAPEL DAS INSTITUIÇÕES DO ESTADO E DO GOVERNO
(MISAU)
6.1 Áreas prioritárias
Reforço da capacidade institucional: -
Estabelecimento de parcerias entre
o MISAU, DPS, DDS, US com outras instituições do Estado e do governo, com as
ONGs, Privados e com a própria comunidade; -
Criação de grupos multi-sectoriais
de trabalho a todos os níveis (central, provincial e distrital) -
Estabelecimento de normas de
articulação aos diferentes níveis e entre os diversos actores no envolvimento
comunitário; -
Formação dos trabalhadores; -
Criação de base legal para
incentivar privados a comparticipar no financiamento de actividades de
participação comunitária para a saúde; -
Advocacia perante doadores para
apoiar a criação da cultura de cidadania ao nível das comunidades. -
Identificação de coordenadores
provinciais e distritais de actividades de envolvimento comunitário; -
Com as ONGs e com a própria comunidade,
definir formas de relacionamento entre o SNS, ONGs, instituições religiosas,
estruturas comunitárias e privados, e as normas de actuação dos Agentes
Comunitários de Saúde; Revisão e adaptação de currícula de formação dos
trabalhadores da Saúde de modo a prepará-los para o trabalho com as
comunidades; |
-
Desenvolvimento de mecanismos e
acções com vista a incutir uma atitude apropriada nos trabalhadores de Saúde
em geral, mas, muito particularmente nos trabalhadores de Saúde actuando ao
nível primário, bem como nos trabalhadores das agências e instituições que
forem escolhidas como parceiras neste trabalho. -
Identificação e alocação de
recursos, tanto humanos, financeiros como materiais, de modo a complementar
os já existentes na comunidade, em conformidade com as prioridades
identificadas tanto na comunidade como dentro das instituições do Estado3. -
Fazer advocacia sobre a importância
da Participação Comunitária para obter apoio técnico, financeiro e material
para o desenvolvimento das capacidades da comunidade; Criação
de instrumentos legais que facilitem a participação de outros parceiros, por
exemplo privados, no apoio à promoção de saúde da comunidade; -
Planificar, coordenar e
dirigir o processo da institucionalização da medicina tradicional, para além
de mobilizar recursos adicionais indispensáveis para apoiar e facilitar a
formação de profissionais de saúde em materia de medicina tradicional; |
6.2 Fortalecimento das capacidades das comunidades
Para o fortalecimento da capacidade das comunidades, o
MISAU recomenda a mobilização das comunidades; criação ou fortalecimento de
estruturas comunitárias; capacitação das comunidades para o desenvolvimento de
acções comunitárias com vista à promoção da sua saúde; em matéria de coordenação
com os parceiros (ONGs, organizações religiosas, agências financiadoras e
privados), estimular e apoiar a constituição ou fortalecimento de estruturas de
base comunitária sustentáveis, que permitam uma participação plena das
comunidades na promoção da saúde e desenvolvimento; estabelecimento de
mecanismos de articulação dos actores no envolvimento comunitário ao nível
provincial, distrital e local; elaboração de currícula, programas e manuais de
formação de Agentes Comunitários de Saúde (ACS); participar no funcionamento do
PComunitários de saúde através de actividades, tais como a supervisão, o
fornecimento de medicamentos, o treinamento, etc; criação de sistema de
transporte comunitário em coordenação com a comunidade3.
6.3 Papel das agências internacionais
Apoiar as
Instituições do Estado, ONGs, organizações religiosas no fortalecimento das
capacidades da comunidade:
-
Providenciar assistência técnica; -
Disponibilização de recursos financeiros,
materiais, infrastruturas e transporte
para o suporte das actividades de envolvimento comunitário. |
6.4 Papel das organizações não-governamentais (ONGS) nacionais e
internacionais e instituições religiosas
Em coordenação e parceria com as
instituições do Estado, em particular do sector da saúde, apoiar as comunidades
na identificação de seus problemas e de soluções, planificação, implementação,
monitorização e avaliação das actividades com vista à solução dos problemas
identificados pela comunidade:
-
Procurar financiamentos para apoiar
o desenvolvimento das actividades da comunidade; -
Formar agentes comunitários; -
Acompanhar a implementação,
monitorização e avaliação dos planos comunitários; -
Reportar às autoridades sanitárias
as actividades desenvolvidas na comunidade com o seu apoio. |
6.5 Papel das entidades privadas
As entidades privadas têm o papel de:
-
Em coordenação com a Saúde e com as ONGs e
instituições religiosas, apoiar o processo de identificação das necessidades da
comunidade e de procura de soluções;
-
Apoiar as comunidades na implementação dos
planos providenciando recursos financeiros, materiais, transporte,
infraestruturas, etc.
6.7 Papel da comunidade
A comunidade, como um dos intervenientes no processo de Envolvimento
Comunitário, tem como papel, as acções abaixo descritas:
-
Apoiar na criação, sustentabilidade
e manutenção da rede comunitária de saúde; -
Apoiar na identificação dos membros
dos conselhos de líderes comunitários de saúde; -
Apoiar na supervisão das actividades
dos técnicos de saúde ao nível das US; - Apoiar
na gestão das US; - Identificar
soluções e recursos para a resolução dos problemas de saúde nas comunidades. |
SABER MAIS |
Leia a Estratégia Nacional de Envolvimento
comunitário Para Saúde. |
4.
SUSTENTABILIDADE DAS ESTRUTURAS DE BASE
COMUNITÁRIA E REDE COMUNITÁRIA PARA A SAÚDE
Sustentabilidade dos Conselhos de Líderes Comunitários (CLC)
O CLC ou CDC é uma estrutura
sócio-comunitária que não depende de nenhuma instituição. É um grupo que lidera
todos os processos em curso na comunidade, a sua sustentabilidade é regulada
por planos e actividades desenvolvidas pelo CLC, não havendo de modo geral,
nenhum financiamento para o seu funcionamento. Estes podem beneficiar-se de
incentivos pontuais e regulares (como camisetes, bonés, e outros) para estimular a sua participação em
actividades de mobilização comunitária3.
5.
SUSTENTABILIDADE DOS AGENTES COMUNITÁRIOS DE
SAÚDE (ACS)
8.1 Agente Polivalente Elementar
-
Os APEs devem receber um
subsídio. Desta forma, será resolvida a ambiguidade da posição dos APEs entre a
comunidade e os serviços de saúde instituicionais. O seu status deve ser
reconhecido pelo SNS (uniforme, sapatilhas, equipamento);
-
O subsídio pode ser custeado
através da receita obtida com a venda dos medicamentos às comunidades e/ou da
receita consignada na DDS;
-
O valor máximo do subsidio deve ser equivalente
ao salário mínimo da tabela do estado
-
O valor mínimo deve ser
equivalente a 60% do salário mínimo da tabela do estado;
-
O seu
subsídio será incorporado, a longo prazo, no quadro privativo das
Administrações Distritais
8.2 Activista Comunitário de Saúde
Neste grupo distinguimos dois tipos,
activistas comunitários orientados para a promoção e os activistas comunitários
orientados para os cuidados domiciliários para a área do HIV/SIDA. Neste
contexto, o activista Comunitário de
Saúde orientado para a promoção, é voluntário e não tem subsídio. Para a
sua manutenção é necessário que seja estimulado, isto é, através de incentivos
como, bicicletas, rádios, assistência médica e medicamentosa gratuita, perdiems de
participação em reuniões. A fonte de incentivos poderá ser das ONGs e DPSs.
Os activistas comunitários de saúde orientados para os cuidados domiciliários, o subsídio será equivalente ao salário do APE3.
8.3 Parteira Tradicional (PT)
Os mecanismos de sustentabilidade são
estabelecidos entre a PT e a comunidade, ou seja, a parteira tradicional tem as
suas formas específicas de cobrança pelos serviços prestados3
8.4 Praticante de Medicina Tradicional
Os mecanismos de sustentabilidade são
estabelecidos entre a PMT e a comunidade, ou seja, o praticante de medicina
tradicional tem as suas formas específicas de cobrança pelos serviços prestados3.
6.
FORMAÇÕES E TREINO (PERFIL, CONTEÚDO, DURAÇÃO E
ACREDITAÇÃO)
Estruturas de base comunitária -
A criação de conselhos de líderes
comunitários deve ser feita pelas comunidades, nas comunidades. -
A duração da capacitação destes é
fundamental para as acções de promoção da saúde. A duração da capacitação
deve ser de sete dias. Os conteúdos devem ser de carácter promotivo e
preventivo, obedecendo aos moldes definidos pelo MISAU. Agentes Comunitários de Saúde (ACS) -
A selecção dos Agentes
Comunitários de Saúde (APEs, activistas, PTs) deve ser feita pela comunidade e
na comunidade. Agente Polivalente Elementar (APE) -
Para as formações e
capacitações, os curricula de formação deste Agentes Comunitários -
de Saúde devem ser revistos
adequando os conteúdos ao novo contexto epidemiológico. Perfil
-
Possuir residência fixa
nessa comunidade -
Possuir, no mínimo, a
5ª classe -
Depois da formação,
trabalhar na comunidade Duração -
A formação deve durar seis
meses. Os conteúdos de formação devem ser
de carácter -
promotivo, preventivo e
curativo, obedecendo aos moldes definidos pelo MISAU. Acreditação
-
A Formação deve ser
feita ao nível da Direcção Provincial de Saúde mediante a entrega de um
diploma e de um crachá que lhe confere a designação de Agente Polivalente
Elementar. |
Fonte 21: Adaptado de Estratégia de
Envolvimento Comunitário Para Saúde MISAU. 2004
Activistas Comunitários de Saúde (AS) -
Distinguem-se dois
tipos de activistas comunitários promotivos
e de cuidados domiciliários cuidados
domiciliarios Perfil -
Possuir residência fixa
nessa comunidade -
Depois da formação,
trabalhar na comunidade Duração -
Activista promotivo, no
mínimo uma semana -
Activista dos cuidados domiciliários,
no mínimo duas semanas; -
Os conteúdos devem ser
de carácter preventivo e promotivo, obedecendo aos moldes -
definidos pelo MISAU. Acreditação -
Formação deve ser feita
ao nível da Direcção Distrital de Saúde mediante a entrega de um certificado
de participação, com indicação no verso da carga horária e dos conteúdos
temáticos do treino, que lhe confere a designação de Activista Comunitário de
Saúde. Parteiras tradicionais capacitadas (PT) -
Para o treino deste colaborador,
deve-se obedecer aos seguintes requisitos: -
Possuir residência fixa nessa
comunidade; -
Realizar partos na comunidade; -
Depois do treino, trabalhar na comunidade. -
O treino deve durar três semanas,
podendo alterar conforme as actualizações do MISAU. Os conteúdos do treino
devem ser de carácter promotivo,
preventivo obedecendo aos
moldes definidos pelo MISAU. Acreditação -
A formação deve ser feita ao nível
da Direcção Provincial de Saúde mediante a entrega de um certificado e um
crachá que lhe confere a designação de Parteira Tradicional treinada em
Saúde. |
Praticante de Medicina Tradicional Capacitado Requisito -
Ser reconhecido pela comunidade
como praticante de medicina tradicional -
A formação deve durar duas semanas.
Os conteúdos do treino devem ser de carácter promotivo, preventivo obedecendo aos moldes
definidos pelo MISAU. Acreditação A
formação deve ser feita ao nível da Direcção Provincial de Saúde mediante a
entrega de um certificado de participação. |
SABER
MAIS |
“Leia a Estratégia Nacional de
Envolvimento comunitário Para Saúde. |
7.
PRINCIPAIS ÁREAS DE INTERVENÇÃO DA ESTRATÉGIA DE
ENVOLVIMENTO COMUNITÁRIO
10.1 IEC e Envolvimento Comunitário
-
Melhorar as habilidades do CIPA nas comunidades: -
Aplicadas metodologias participativas nas
comunidades. -
Promover as
práticas sanitárias-chave de saúde ao nível individual, familiar e
comunitário -
Mobilizar a comunidade para o aumento do
fluxo e participação nas açcões para melhoria da saúde das comunidades Identificar barreiras do acesso dos
cuidados de saúde -
Estabelecer ou criar comités de saúde ao
nível local -
Capacitar APEs para a mobilização social
para a promoção de saúde na comunidade |
10.2 Saúde Sexual e Reprodutiva (SSR)
-
Promover o envolvimento do homem nos
assuntos de Saúde Sexual e Reprodutiva; -
Promover actividades de planeamento familiar -
Promover a consulta pré e pós-natal;
-
Promover o parto institucional |
10.3 Saúde Infantil
Promover o controlo de crescimento e desenvolvimento sadio
da criança (cartão de peso e das vacinas e administração de micronutrientes, caso
da Vitamina A, Ferro e Iodo):
-
Promover o desenvolvimento mental e
social da criança e prevenção de acidentes; -
Promover a identificação
de sinais de perigo numa criança com doenças comuns da infância (Diarreia, tosse,
febre, malnutrição e sarampo); -
Promover cuidados básicos
ao domicílio contra enfermidades como febre, tosse e diarreias. |
10.4 Programa Alargado de Vacinação PAV
-
Promover actividades de mobilização social para aumentar o
fluxo das populações nas brigadas móveis e reduzir as taxas de quebra vacinal; -
Promover os benefícios da vacinação |
10.5 SaúdeEscolar
-
Em coordenação com o MINED e instituições de
formação -
Incluir actividades de promoção de saúde
nos currícula escolares; -
Capacitar
os professores e técnicos
da saúde
e outros implementadores do programa
em matéria de SEA, incluindo assuntos de gênero, SSRAJ, prevenção HIV/SIDA e nutrição; -
Promover a construção e o uso correcto
de latrinas e sanitários; -
Promover a Higienei Individual e Ambiental; -
Promover o plantio de árvores de sombra
e de frutas; -
Desenvolver e/ou melhorar os mecanismos
de encaminhamento de alunos e a comunidade
escolar em geral aos serviços de saúde, identificação e encaminhamento de
crianças com problemas de saúde; -
Promover a prática de exercícios físicos; -
Envolver
os
Conselhos de
País
na
planificação e desenvolvimento das intervenções em saúde
escolar; -
Desenvolver materiais orientadores de
Informação Educação e Comunicação (IEC) apropriados. |
10.6 Saúde do Adolescente e Jovem
-
Promover a distribuição e uso do
preservativo; -
Desenvolver acções com vista à
aquisição de habilidades para a vida; -
Promover informações sobre: a
sexualidade, cultura, contracepção,
aborto, gravidez indesejada, violência baseada no género, direitos
reprodutivos e sexuais dos adolescentes, relação sobre sexualidade, cultura e
adolescência, vulnerabilidade. |
10.7 Nutrição
-
Promover: -
O aleitamento materno
exclusivo durante os primeiros 6 meses -
As boas práticas
alimentares pós-desmame; -
As boas práticas
alimentares nas crianças menores de 5 anos de idade; -
As boas práticas
alimentares na gravidez; -
A alimentação apropriada
para pessoas com HIV/SIDA. |
10.8 Saúde Mental
-
A identificação
de pessoas sofrendo de epilepsia e a sua referência às US; -
A Prevenção do
consumo de tabaco e outras drogas ilícitas; -
A Prevenção do
consumo abusivo do álcool; -
A Prevenção da
violência (abuso sexual de menores e violência doméstica); -
A Integração
sócio-comunitária e apoio à reabilitação psicossocial do doente mental . |
10.9 Saúde Oral
-
A higiene oral nas crianças em
idade escolar; -
A prevenção de doenças orais; -
A detecção precoce de doenças orais
e referências às US; |
10.10 Prevenção e Contro??? e da Malária
-
A pulverização intra e extra domiciliário nas comunidades -
O uso da rede mosquiteira
impregnada, sobretudo para os grupos vulneráveis (crianças e mulheres
grávidas); -
O reconhecimento de sinais de malária
-
Os cuidados caseiros em pessoas com
malária -
As práticas adequadas de saneamento
do meio. |
10.11 Prevenção e Controlo da Lepra
Promover : -
A identificação dos sinais e sintomas da
lepra; -
O encaminhamento para a US
de pessoas com suspeita de lepra; -
O
seguimento e controlo de doentes em tratamento da lepra. -
A prevenção das deformidades dos doentes com
lepra |
10.12 Prevenção e Controle da Cólera e outras Doenças Diarréicas
Promover: -
Uso do sistema
adequado do saneamento do meio (uso de
latrinas e outros) -
O hábito de uma
lavagem correcta das mãos; -
A protecção dos
alimentos contra os vectores; -
O consumo de
água potável ou tratada; -
O uso de sais de
rehidratação oral (SRO) em casos de diarreia; -
A identificação
de sinais de perigo numa criança ou mesmo adulto com diarreia; |
10.13 Prevenção e Controle da Tuberculose
Promover: -
Rastreio da tuberculos
na comunidade (despiste da tuberculose) -
O encaminhamento
para a US de pessoas com suspeita de tuberculose; -
Incentivar o seguimento
e encontro de doentes em tratamento da tuberculose -
O tratamento da tuberculose; -
|
10.14 Prevenção das ITS/HIV/SIDA
-
Pormoção do uso do preservativo e
outros métodos de prevenção das ITS; -
Identifiação e promoção dos
aspectos culturais que interferem na prevenção das -
DTS/HIV/SIDA; -
Prestação de cuidados domiciliários
aos doentes com HIV/SIDA e doenças crónicas; -
Apoio aos órfãos de vítimas de
HIV/SIDA; -
Apoio às famílias de vítimas de HIV/SIDA; -
Promoção da Prevenção da
Transmissão Vertical da Mãe para a Criança que está -
para nascer (durante o parto e
pós-parto). |
8.
ARTICULAÇÃO NOS DIFERENTES NÍVEIS DE
IMPLEMENTAÇÃO DO ENVOLVIMENTO COMUNITÁRIO PARA A SAÚDE
11.1 Nível Central– MISAU
Sob a orientação do Ministro da Saúde, todas
as Direcções Nacionais devem sentir-se
envolvidas e
colaborarem para este fim.
A Direcção
Nacional de Saúde deve estar directamente envolvida sendo o Director Nacional
de Saúde Adjunto para a Saúde da Comunidade apoiado pelo respectivo Chefe da
Repartição de Educação para a Saúde Pública que deve ser quem efectivamente
acompanha directamente o desenvolvimento e implementação da estratégia e
envolvimento comunitário.
O Departamento de Saúde da Comunidade (DSC) deve articular com as
Direcções Provinciais de Saúde (DPSs) com as representações das Agências
Internacionais doadoras e com as ONGs
que operam nas províncias. O Chefe da Repartição de Educação para a
Saúde Pública (RESP) é responsável pelo desenvolvimento da Componente de
Envolvimento Comunitário ao nível do DSC supervisando directamente a Secção de
Participação Comunitária.
11.2 Nível Provincial- DPS
O principal responsável do
conjunto de acções tendentes à concretização dos objectivos do envolvimento
comunitário é o Director Provincial de Saúde, o Médico-Chefe Provincial e o
Chefe de Repartição de Saúde da Comunidade (RSC) que devem sentir-se coresponsáveis.
Aos Médicos-Chefes Provinciais cabem responsabilidades especiais sobre a
Ligação Comunidade Hospital e Ligação
Comunidade Programa de Saúde, tais como
Higiene Ambiental e Saneamento do Meio, Promoção do abastecimento de água
potável às populações, nutrição, HIV/SIDA, PAV, SMI, SEA, SSR, Prevenção e
Controlo de Acidentes, Prevenção e Controlo das Epidemias e das Grandes
Endemias3; Chefe da Repartição de Saúde da Comunidade
(RSC) em coordenação com o Chefe da Secção de Educação para a Saúde Pública
(SESP) é responsável pelo desenvolvimento da Componente de Envolvimento
Comunitário ao nível da DPS.
11.3 Nível Distrital - SDSMAS
O
principal responsável do conjunto de acções tendentes a concretizar este
objectivo é o Director Distrital de Saúde, o Médico-Chefe Distrital e o
responsável pela Educação para a Saúde Pública (ESP) que devem sentir-se
co-responsáveis.
Aos
Médicos-Chefes Distritais cabem responsabilidades especiais sobre a Ligação
Comunidade Unidade Sanitária e Ligação
Comunidade Programa de Saúde.
Direcções
Distritais de Saúde coordenam as actividades desenvolvidas pelas ONGs ao nível
do respectivos distritos e, em coordenação com a comunidade, criam mecanismos
de envolvimento da comunidade na gestão das US3; o responsável
distrital da ESP, que pode ser o responsável pelo PAV ou a responsável distrital de SMI, articula com os
representantes do CLC ou CDC, com os ACSs.
11.4 NÍVEL DA UNIDADE SANITÁRIA
O
principal responsável do conjunto de acções tendentes a concretizar este
objectivo é o director da US, o chefe do PAV ou SMI (a serem indicados
localmente), que devem sentir-se corresponsáveis.
Ao chefe do PAV ou SMI, cabem-lhes responsabilidades especiais sobre a ligação
comunidade-unidade sanitária e ligação comunidade-programa de saúde e articula
com os representantes do CLC ou CDC, e
com os ACSs3;
11.5 Nível da Comunidade
Ao
nível local, as estruturas de base comunitária articulam com as Unidades
Sanitárias através dos ACSs, e com os
responsáveis do PAV ou de SMI quando estes se deslocam às comunidades.
Os Agentes Comunitários de Saúde articulam com o Conselho de
Líderes Comunitários (CLC) e estes com o responsável da US mais próxima ou com o
Responsável Distrital pelo envolvimento comunitário em Saúde.
9.
MONITORIA E AVALIAÇÃO
A comunidade deve ser o principal actor na
implementação, monitorização e avaliação das actividades3.
As instituições do estado e as ONGs com
actividades de participação comunitária, devem realizar estudos nas famílias
para recolher indicadores de conhecimentos, atitudes e práticas relacionadas com os comportamentos prioritários esboçados
pelo MISAU.
Uma série de instrumentos, tais como, guiões de supervisão,
relatórios mensais, sistema de
informação comunitária, serão desenhados e padronizados ao nivel central, com adaptação ao nivel local, para acompanhar
periodicamente as actividades realizadas ao nível da comunidade que serão discutidos com os
líderes da comunidade nas suas Reuniões regulares. De outro modo, reuniões de
avaliação serão realizadas, pelo menos, uma vez por ano3
10.
PROCESSO
DE ENVOLVIMENTO COMUNITÁRIO
DEFINIÇÃO |
É todo o
esforço realizado ao nível da comunidade, como mobilizar, identificar,
priorizar e solucionar problemas, forma parte do envolvimento comunitário,
que procura que a comunidade assuma um papel importante para mudança de
comportamentos, de modo a garantir uma vida saudável das pessoas1. |
13.1 Comunidade
Tendo em conta o
conceito de comunidade, podemos assumir que existem vários tipos de comunidade,
conforme o lugar e tempo; sendo assim, temos comunidade estudantil, religiosa,
cristã, islâmica, académica, de trabalhadores entre outros tipos.
O que aparece em
mente, na maioria das pessoas quando se fala de comunidade, é um conjunto de
pessoas geralmente das zonas rurais; esta forma de pensar, distancia-se
bastante do sentido do próprio conceito.
13.2 Estrutura
da comunidade que intervém na saúde
Conselhos de líderes comunitários |
Homens, mulheres e crianças |
Comités de Saúde |
|
|
|
11. MOBILIZAÇÃO,
PARTICIPAÇÃO COMUNITÁRIA E RESULTADOS DO ENVOLVIMENTO COMUNITÁRIO
Mobilização comunitária quer dizer, comunidade em
movimento, visando o alcance de algum objectivo comum. Numa comunidade, as
pessoas podem-se mobilizar por quererem tanto
nas escolas, igrejas, unidades sanitárias, sementes para machambas,
furos de água, como, por vezes a comunidade mobiliza-se para resolver problemas
por ela mesma, mas por vezes a mesma, procura apoio de outros actores como o
governo distrital, serviços distritais, etc.
ATENÇÃO |
Quando
a comunidade se mobiliza sozinha, tudo torna-se mais fácil porque esta já tem
um nível de consciencialização sobre os seus problemas e tem vontade de mudar
a situação. Quando a comunidade não se mobiliza sozinha, o processo se torna mais
demorado porque é preciso sensibilizar, consciencializar para depois agir |
14.1 Mobilização
da comunidade para saúde
No caso dos profissionais da saúde, estes estar
preocupados em mobilizar a comunidade para questões que estejam ligadas à
saúde, sempre orientando os bons hábitos de vida, para que esta seja
responsável pela sua própria saúde.
Mobilização Social
DEFINIÇÃO |
É um processo que envolve e motiva
uma vasta gama de parceiros e aliados ao nível nacional e local para
sensibilizar e buscar um objectivo de desenvolvimento particular através do
diálogo2. |
12. ACÇÕES
DO TÉCNICO DE MEDICINA PREVENTIVA
Algo que é
indispensável na mobilização comunitária é a informação, os profissionais da
saúde devem fornecer informações que contribuam para que a comunidade se
mobilize e mude os comportamentos de risco.
Os membros de
instituições, redes comunitárias, grupos religiosos e cívicos e outros
trabalham de forma coordenada para sensibilizar grupos específicos de pessoas
através do diálogo com mensagens planificadas. A mobilização social procura
facilitar a mudança através de uma série de actores envolvidos de modo
correlacionado e complementar.
13.
PARTICIPAÇÃO COMUNITÁRIA
DEFINIÇÃO |
Significa
envolvimento da comunidade nos seus próprios problemas1. |
Participar neste caso, quer dizer, não esperar sentado,
sem nenhuma acção, mas deve sim, acreditar, lutar para as melhores condições
para a sua comunidade.
LEMBRE-SE |
A
participação comunitária quer dizer que todos vão procurar zelar pelos seus
interesses, para ter uma vida melhor. |
E o que quer dizer
isso?
Quer dizer que a comunidade passa estar consciente de que ela própria precisa
buscar soluções para os seus problemas e não ficar apenas aguardando a solução.
14.
A MUDANÇA DE COMPORTAMENTO
DEFINIÇÃO |
O
comportamento é a maneira de se comportar (reagir, portar-se). Trata-se da
forma de proceder das pessoas ou dos organismos perante os estímulos e em
relação ao retorno8. |
Existem pessoas que estão absolutamente satisfeitas com seus comportamentos
ou não possuem a motivação suficiente para que algo em suas atitudes deva ser
mudado. Mas a realidade é que, muitas vezes, na vida as pessoas experimentam
que a situação actual é incómoda.
Essas situações ocorrem na vida
profissional, na vida pessoal ou no âmbito da saúde, entre outros, e provocam a
reacção da pessoa que toma consciência do incómodo e se sensibiliza para
iniciar um processo de mudança de hábitos, mas também é possível a pessoa não
tomar nenhuma atitude positiva em relação ao seu comportamento.
CURIOSIDADE |
Existe
uma vasta literatura de auto-ajuda que tenta ensinar as pessoas a mudarem
seus hábitos ou comportamentos. Essa pressão por mudança pode vir do outro
(família, chefe) ou no reconhecimento interno de que a mudança trará maior respeito,
saúde ou afeição. |
15. A
PERGUNTA QUE FICA É: SERÁ POSSÍVEL AJUDAR ALGUÉM A MUDAR SEUS HÁBITOS?
No âmbito da saúde, para conseguir modificar os hábitos que interferem na
boa saúde, é necessário ter uma boa visão desses hábitos. Vejamos um exemplo.
EXEMPLO |
Quando
um balde cheio de água é retirado de dentro do poço, ele está tão pesado que
as pessoas o colocam no chão. Este chão está molhado porque derramaram água
de outros baldes e está contaminado pelos pés das pessoas que andaram em
volta do poço. O
balde vazio, com a lama contaminada que o suja por fora, é novamente colocado
dentro do poço. Aos poucos, o poço fica contaminado. Resolvemos então construir
uma pequena plataforma - de madeira ou cimento - para apoiar o balde. Fazemos
a plataforma tão pequena que nem mesmo pés de crianças cabem ao lado do
balde. Observamos que o balde é colocado sobre a plataforma e, mesmo quando
um pouco de água é derramada, o balde não se suja porque não está em contacto
com o chão. Óptimo! Mas verificamos, também, que a corda é atirada na lama enquanto o balde
é esvaziado. Assim, a corda ainda estará contaminando o poço. Que fazemos, então? Colocamos uma roldana para puxar o balde para cima
ou providenciamos uma plataforma ou um gancho para a corda? Desta vez
conversamos com as pessoas que usam o poço, marcamos uma reunião. Precisamos de descobrir mais
sobre sua maneira de agir e sobre qual é o seu conceito de água “potável” e
“contaminação”, para planear uma estratégia e resolver o problema de vez com
todas as suas componentes. |
Algumas modificações podem ser conseguidas fácil e tranquilamente. Quando
mostramos à mãe que ela usa muita roupa inadequada no seu bebé, é possível que
ela entenda e deixe de fazê-lo.
Mas a maioria das mudanças mais importantes que queremos obter requerem
educação habitualmente planeada. Poucas mudanças, realmente importantes, são
facilmente conseguidas. Se fossem fáceis já teriam sido realizadas em grande
parte.
Etapas sequenciadas para mudança do comportamento. 1.
Reconhecimento
do problema; 2.
Análise
do problema; 3.
Prescrição
educativa; 4.
Treino
educativo; 5.
Análise
do resultado. |
Reconhecimento do problema. |
Verificação de que determinado comportamento precisa de ser
modificado ou superado, o que torna-se necessário acreditar, antes de
prosseguir, que há solução para o problema. |
EXEMPLO |
Pessoas com tosse
persistente e perda de peso que deixam de comparecer para exame de escarro. |
v Análise do problema ou diagnóstico |
Estudo do comportamento a
ser modificado e das razões que determinam este comportamento. |
w Prescrição educativa |
Decisão sobre a actividade
ou programa educativo que será necessário implementar e descrição do modo
como deve ser feito. |
EXEMPLO |
Prepare
um esquema para o pessoal do centro de saúde que vai fornecer a educação
necessária, explicando o significado e o perigo da tosse persistente e da
perda de peso, bem como os motivos para fazer o exame de escarro. |
x Treino educativo |
Após as instruções e a preparação necessárias, o agente/educador
de saúde inicia o novo programa educativo. |
EXEMPLO |
No dia escolhido, para o início
do programa, o pessoal do centro de saúde começa a explicar para todas as
pessoas, com ou sem tosse, os motivos e as vantagens do exame de escarro. |
y Anotação e análise dos resultados, com
avaliação |
Em cada dia, o educador de
saúde que participa do programa anota o trabalho educativo e a reacção
observada, analisando os resultados e registando-os em relatórios que
reflectem uma análise do progresso obtido após um período de três ou seis
meses. Desta maneira a experiência ganha é assimilada, havendo também a
oportunidade de aperfeiçoar o programa. |
EXEMPLO |
A
partir do início do novo programa, calculam-se quantos pacientes a mais se
apresentam para o exame de escarro e quantos mais poderiam ter vindo se tivessem
sido adoptadas outras abordagens. |
Pelas etapas descritas e o
exemplo dado, o processo pode parecer fácil e, às vezes, é. Quando, por
exemplo, os factos são facilmente colectados e mostram claramente o caminho a
seguir, então é possível progredir rapidamente. Entretanto, em geral, o
problema do comportamento em saúde que queremos resolver, levanta uma série de
problemas muito grandes, em que, frequentemente, factores culturais e
religiosos estão envolvido, obrigando a uma intervenção em muitos âmbitos ao
mesmo tempo e obrigando a processos muito mais lentos e longos.
LEMBRE-SE |
O
envolvimento comunitário em saúde procura uma mudança de comportamento das pessoas, das
comunidades, de modo a que possam identificar
os seus problemas de saúde e definir acções visando a promoção da sua saúde e
a prevenção de doenças. |
16.
CICLO DE PARTICIPAÇÃO
COMUNITÁRIA
DEFINIÇÃO |
É um processo
através do qual as comunidades são mobilizadas para se organizarem para a
acção; para a exploração de questões de saúde, de desenvolvimento e definir
prioridades; para elaboração de um plano de acção, implementar o plano e
avaliação das acções efectuadas1. |
Este processo empodera as comunidades e reforça a auto-confiança
e sustentabilidade. Por isso, sempre é necessário providenciar orientação e
apoio às comunidades em todas as partes do ciclo. O ciclo para acção
comunitário é constituído por 7 fases apresentadas no esquema que se segue.
1ª fase: Preparação para
mobilização. -
Estabelecer uma equipe de mobilização comunitária (MC). -
Capacitar a equipe de mobilização comunitária. -
Recolher informação sobre recursos e constrangimentos. -
Desenvolver um plano de mobilização comunitária para melhor orientar a
equipe. 2ª fase: Organização da comunidade para acção. -
Orientar a comunidade. -
Criação de clima de confiança na comunidade e com a comunidade. -
Convite para participação da comunidade. -
Formação do grupo focal dentro da comunidade: comité de saúde (CS). 3ª Fase: Exploração das questões de mobilização da comunidade e definição
de prioridades. -
Explorar a questão de MC com o comité de saúde. -
Com o comité de saúde (CS) explorar as questões com a comunidade. -
Analisar as informações. -
Definir as prioridades para acção. 4ª fase: Planificação em conjunto. -
Escolher quem estará envolvido na planificação e suas tarefas e
responsabilidades. -
Desenhar o processo de planificação. -
Facilitar o processo de planificação criando um plano de acção
comunitário. 5ª fase: Acção comunitária conjunta. -
Definir o papel da equipe no acompanhamento de acção comunitária. -
Fortalecer a capacidade da comunidade para executar o seu papel de acção. -
Monitorar o progresso da comunidade. -
Resolver os problemas, aconselhar e mediar conflitos. |
6ª fase: Avaliação em conjunto. -
Formar uma equipe de avaliação representativa dos membros da comunidade e
outros parceiros. -
Decidir o que os participantes pretendem aprender e desenvolver um plano
e instrumentos de avaliação. -
Conduzir uma avaliação participativa. -
Analisar os resultados com membros da equipe de avaliação. -
Documentar as lições aprendidas e dar retro-informação à comunidade. 7ª fase: Preparação para expansão. -
Identificar com as comunidades as práticas profissionais. -
Fazer troca de experiências entre
as comunidades. -
Consolidar e refinar a abordagem para preparar-se para expansão. -
Elaborar o plano para expansão incluindo tarefas e responsabilidades dos
parceiros de implementação. |
RESUMO |
-
Comunicação para saúde consiste no
estudo e utilização de estratégias de comunicação para informar e influenciar
decisões individuais e da comunidade para melhorar a saúde -
Envolvimento
comunitário significa trabalhar activamente com as comunidades
para que elas estejam organizadas e capacitadas para identificar os seus
problemas de saúde e definir acções visando a promoção da sua saúde e a
prevenção de doenças -
Comunidade é um conjunto de pessoas
que se organizam sob o mesmo conjunto de normas, geralmente vivem no mesmo
local, sob o mesmo governo ou compartilham do mesmo legado cultural e
histórico. Os estudantes que vivem no mesmo dormitório formam uma comunidade,
assim como as pessoas que vivem no mesmo bairro, aldeia ou cidade. -
Mobilização
comunitária é uma expressão que implica um processo activo, por parte das
autoridades de saúde e outras para suscitar o envolvimento comunitário e
criar um ambiente que lhe seja favorável à saúde. -
Participação
comunitária significa envolvimento da comunidade na resolução dos seus
próprios problemas. -
O
comportamento, trata-se da forma de proceder das pessoas ou dos organismos
perante os estímulos e em relação ao retorno?? -
Portanto, precisamos de uma
sequência de acções planeadas, que deveria ter estas cinco etapas: |
|
a.
Reconhecimento
do problema; b.
Análise
do problema; c.
Prescrição
educativa; d.
Treino
educativo; e.
Análise
do resultado. -
O ciclo
de acção comunitária (CAC) é um processo através do qual as comunidades são
mobilizadas para se organizarem para a acção; para a exploração de questões
de saúde, de desenvolvimento e definir prioridades; para elaboração de um
plano de acção, implementar o plano e avaliação das acções efectuadas. -
Estruturas de base comunitária -refere-se aos
conselhos de lideres comunitários ou comités de saúde comunitário, a
organização composta por homens e mulheres, membros influentes de uma
comunidade, os quais foram escolhidos ou eleitos pela comunidade em que
vivem. |
valeu muito para uma vez que nao tinha conhecimento sobre a classificacao dos CS
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